Mundo

Rússia é acusada de usar Copa 2018 para ocultar más notícias

Governo planeja executar reforma tributária e da previdência mesmo com movimentos políticos opositores

Copa 2018: todas as grandes aglomerações sem relação com o futebol estão proibidas durante a competição, a menos que tenham autorização do governo (Maxim Shemetov/Reuters)

Copa 2018: todas as grandes aglomerações sem relação com o futebol estão proibidas durante a competição, a menos que tenham autorização do governo (Maxim Shemetov/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 22 de junho de 2018 às 17h26.

Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 11h22.

Moscou - Políticos de oposição acusaram o Kremlin de usar a Copa do Mundo da Rússia como um disfarce para conter a dissidência enquanto adota medidas impopulares, aproveitando que todas as atenções estão voltadas ao inesperado sucesso esportivo do país e que uma proibição a protestos políticos está em vigor.

Há planos em elaboração desde o início do torneio para aumentar a idade de aposentadoria, elevar o imposto sobre valor agregado e reduzir o limite de um imposto sobre compras em sites estrangeiros. O aumento da idade de aposentadoria é particularmente impopular: uma petição contra a proposta recolheu 2,3 milhões de assinaturas na internet.

De acordo com um decreto presidencial especial, durante a Copa do Mundo todas as grandes aglomerações sem relação com o futebol estão proibidas a menos que tenham autorização explícita das autoridades locais.

Enquanto isso, as ruas de Moscou e de dez outras cidades-sede do Mundial têm ficado repletas de torcedores em festa.

Citando o decreto, as autoridades de Moscou rejeitaram na quinta-feira permissões para três protestos diferentes contra a reforma previdenciária que haviam sido planejados por movimentos políticos opositores para a primeira semana de julho.

"Quando todo o país está concentrado em um grande evento esportivo, é melhor aprovar discretamente medidas que em qualquer outro dia seriam a principal notícia política do momento", disse Ilya Yashin, político opositor e candidato à Prefeitura de Moscou, à Reuters.

"Nosso presidente começou nos serviços de segurança, e por isso decisões impopulares são tomadas no estilo de operações sigilosas", disse Ilya, acrescentando que o decreto sobre reuniões públicas cria um precedente perigoso e, em sua opinião, é inconstitucional.

O Kremlin não respondeu a um pedido de comentário. A Suprema Corte determinou que o decreto da Copa do Mundo é legal.

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoMoscou

Mais de Mundo

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil