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Rússia diz ter achado cilindros de cloro alemão em Ghouta Oriental

Além do cloro, a Rússia encontrou fumígenos que teriam sido produzidos na Inglaterra, na cidade onde o ex-espião russo foi envenenado em março

Ghouta: a Rússia afirmou que tropas sírias encontraram cilindros com cloro alemão e fumígenos britânicos (Bassam Khabieh/Reuters)

Ghouta: a Rússia afirmou que tropas sírias encontraram cilindros com cloro alemão e fumígenos britânicos (Bassam Khabieh/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de abril de 2018 às 14h22.

Moscou  - A Rússia afirmou nesta quinta-feira ter achado cilindros contendo cloro procedentes da Alemanha e fumígenos britânicos em Ghouta Oriental, o ex-reduto rebelde na Síria reconquistado pelo regime e cenário de um suposto ataque químico.

"As forças sírias descobriram nos territórios liberados de Ghouta Oriental contêineres com cloro da Alemanha fumígenos produzidos na cidade de fumígenos de Salisbury, na Inglaterra", declarou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Maria Zajarova, citada pela agência TASS.

Salisbury é a cidade onde foram envenenados o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia, em 4 de março.

Londres acusou Moscou de ser autor desse envenenamento, mas a Rússia de declarou inocente e denunciou o que chamou de provocação.

Além disso, a Rússia denunciou nos últimos uma "encenação" dos rebeldes sírios no suposto ataque químico contra a localidade de Duma, em Ghouta Oriental, em 7 de abril, que deixou mais de 40 mortos.

Este ataque, imputado pelos países ocidentais ao regime sírio, provocou bombardeiros de represália por parte dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra objetivos específicos na Síria.

Na noite de quarta, a Rússia exibiu na o que apresentou como o testemunho de um menino sírio que afirmava ter participado na encenação do ataque químico.

Quase todos os meios de comunicação públicos russos comentaram a entrevista conduzida pela televisão pública Rossia 24.

O vídeo pode ser mostrado aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante a sua próxima reunião como evidência da "manipulação" ligada a este suposto ataque, de acordo com o embaixador russo nas Nações Unidas, Vasili Nebenzia.

Na reportagem, intitulada "A encenação da guerra", Rossia 24 afirma que a criança, que é apresentada como Hassan Diab, de 11 anos, faz o papel de vítima de um ataque químico no vídeo, filmado, segundo a televisão, pelos Capacetes Brancos, as equipes de resgate em áreas rebeldes e que denunciaram o suposto ataque.

A AFP não pôde verificar as declarações de forma independente.

A criança não diz nada sobre a possível presença de câmeras no lugar, mas um homem que Rossia 24 apresenta como seu pai, Omar Diab, diz que "os combatentes deram tâmaras, bolos e arroz para participar nas filmagens".

Inspecção em espera

Ainda na quarta-feira, funcionários das Nações Unidas informaram que a ONU está negociando com as autoridades russas e sírias garantir a segurança dos especialistas que investigarão um suposto ataque.

A missão dos especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) foi colocada em espera, depois que, na terça-feira, uma equipe de segurança da ONU foi alvo de disparos durante uma missão de reconhecimento em Duma.

Em um relatório enviado ao Conselho de Segurança da ONU ao qual a AFP teve acesso, o departamento de Segurança das Nações Unidas (UNDSS, na sigla em inglês) indica que espera chegar a um acordo para poder deslocar os especialistas da Opaq "o quanto antes".

"A UNDSS está realizando em Damasco discussões e ações de coordenação com representantes da República Árabe Síria e da polícia militar russa para reforçar as condições de segurança em lugares específicos de Duma", destaca o relatório enviado aos membros do conselho.

A equipe da Opaq chegou a Damasco no último sábado, mesmo dia em que França, Estados Unidos e Reino Unido bombardearam supostas instalações com armas químicas na Síria.

 

 

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