Imagem fornecida pelo Ministério da Defesa da Rússia mostra os bombardeios realizados na Síria (REUTERS/Ministry of Defence of the Russian Federation/Handout)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2015 às 16h37.
Moscou - O Ministro da Defesa da Rússia reconheceu nesta segunda-feira que um de seus aviões violou no sábado o espaço aéreo da Turquia, atribuindo o incidente às más condições meteorológicas, apesar de garantir que já tomou medidas para que o erro não se repita no futuro.
"No dia 3 de outubro, ao concluir um voo de combate e durante uma manobra sobre uma área florestal de montanha, um avião russo Su-30 penetrou por um curto espaço de tempo, por alguns segundos, o espaço aéreo turco", disse à agência "Interfax" o porta-voz do Ministério da Defesa para a operação militar na Síria, Igor Konashenkov.
O general russo explicou que a base aérea de Jmeimim, para onde o Su-30 se dirigiu após completar a missão, está cerca de 30 quilômetros da fronteira sírio-turca.
Sob determinadas condições meteorológicas, os aviões precisam aterrissar abordando a pista pelo lado norte, muito perto da Turquia.
"Esse incidente é consequência de condições meteorológicas adversas na região. Não se devem buscar outras causas. Tomamos todas as medidas pertinentes para evitar esse tipo de erro daqui em diante", ressaltou Konashenkov.
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia tinha afirmado mais cedo que um caça russo invadiu o espaço aéreo da província de Hatay, na fronteira com a Síria, no último sábado, retornando após ser interceptado por dois F-16 turcos.
O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, alertou hoje que a Turquia não permitirá que nenhum país, amigo ou inimigo, vulnere seu espaço aéreo e tomará todas as medidas para impedi-lo.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, classificou ontem os bombardeios russos como "inaceitáveis" e lamentou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tenha tomado a decisão de iniciar a ofensiva na Síria sem consultar a Turquia.
Em reunião realizada hoje em Bruxelas com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, Erdogan pediu a criação de uma área de exclusão na aérea na Síria para impedir ataques à população civil.
A Rússia reagiu em seguida para se manifestar contra a proposta de Ancara e assinalar que essa medida, que limitaria sua capacidade de ação na Síria, não estaria de acordo com o direito internacional.
O Ocidente e alguns países árabes denunciaram recentemente que a aviação russa bombardeou a população civil e a oposição moderada que luta contra o presidente sírio, Bashar al Assad, apoiado publicamente em reiteradas ocasiões por Putin.