Yanukovich: Interpol informou que Ucrânia reivindica Yanukovich por apropriação indevida e desvio de fundos (AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 14h12.
Moscou - A Procuradoria Geral russa garantiu nesta segunda-feira que a Ucrânia não solicitou a extradição do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, refugiado na Rússia e que possui uma ondem de busca internacional emitida pela Interpol por vários crimes financeiros.
"Não recebemos das autoridades ucranianas competentes pedidos para a extradição de políticos ucranianos, entre eles Yanukovich", disse a porta-voz oficial da Promotoria russa, Marina Gridneva, ao ser perguntada pela ordem de busca internacional emitida contra o ex-mandatário ucraniano.
Ao mesmo tempo, ela afirmou que quando as solicitações chegarem elas serão estudadas conforme os convênios internacionais e a legislação da Federação da Rússia, segundo declarações a jornalistas que divulgou a agência "Interfax".
Por outro lado, uma fonte próxima às autoridades russas competentes disse a "Interfax" que a Rússia "com certeza negará a extradição" de Yanukovich quando esta for solicitada.
A mesma fonte explicou que as autoridades russas, que insistem em que Yanukovich foi destituído da presidência ucraniana mediante um golpe de Estado, consideram que a perseguição penal do ex-presidente tem "um claro contexto político".
"Desta maneira, de acordo às leis internacionais e russas, as pessoas perseguidas por motivos políticos não podem ser entregues a outros países para ser processadas pela via penal", ressaltou.
A Interpol, em um "alerta vermelho" visível hoje em sua página na internet, informou que a Ucrânia reivindica Yanukovich, de 64 anos, por apropriação indevida e desvio de fundos.
Yanukovich foi destituído em 22 de fevereiro do ano passado depois que os protestos antigovernamentais resultaram em violentos distúrbios em Kiev, que causaram mais de 100 mortos e centenas de desaparecidos.
Seguidamente, a Procuradoria Geral da Ucrânia ditou uma ordem de busca e captura internacional contra o destituído chefe de Estado, foragido desde então na Rússia.
As novas autoridades ucranianas acusaram então ao ex-mandatário de assassinato em massa pelo uso da força dos soldados contra os manifestantes.
O governo de Kiev também pediu ao Tribunal Penal Internacional de Haia que processe Yanukovich e outros antigos políticos importantes de seu antigo regime por crimes contra a humanidade.
Desde então, Yanukovich mantem que nunca ordenou disparar contra os manifestantes.