Soldados israelenses caminham perto de tanques na região da linha de cessar-fogo entre Israel e Síria, na região ocupada das Colinas do Golã (Baz Ratner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2013 às 13h01.
Moscou - A Rússia expressou nesta segunda-feira preocupação com o aumento da possibilidade de uma intervenção militar estrangeira na Síria, após relatos de ataques aéreos israelenses no entorno de Damasco que, segundo Moscou, são uma fonte de "alarme particular".
"Estamos seriamente preocupados com os sinais de preparação da opinião pública global para uma possível intervenção armada no prolongado conflito interno na Síria", disse o porta-voz do Ministério da Relações Exteriores da Rússia, Alexander Lukashevich, em comunicado.
Ele indicou que essas preocupações resultam em parte de relatos da mídia sobre a suposta utilização de armas químicas no conflito sírio, em que mais de 70.000 pessoas morreram em dois anos.
A Rússia é um antigo fornecedor de armas para Damasco e tem defendido o presidente Bashar al-Assad, usando seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para bloquear os esforços do Ocidente para retirá-lo do poder ou aumentar a pressão sobre seu governo para acabar com a violência.
A Rússia também está analisando os "relatos de ataques aéreos israelenses em 3 de maio e 5 de maio em locais nos subúrbios de Damasco, que causaram especial alarme", disse Lukashevich.
"A nova escalada do confronto armado aumenta drasticamente o risco de criação de novas áreas de tensão, além da Síria, no Líbano, e a desestabilização do ambiente até agora relativamente calmo na fronteira libanesa-israelense".
"A internacionalização do extremamente perigoso e destrutivo conflito interno na Síria não deve ser permitida", disse ele, pedindo "esforços decisivos destinados a mudar os acontecimentos na Síria de forma pacífica".
O governo de Assad considerou os ataques aéreos como equivalentes a uma "declaração de guerra" e ameaçou retaliar.
Um parlamentar israelense disse nesta segunda-feira que os ataques não foram destinados a enfraquecer Assad diante da rebelião contra seu governo, mas sim garantir que o libanês Hezbollah, aliado de Assad, não receba armamentos de alta tecnologia.