Peskov: "estamos tratando com um parceiro imprevisível e, claro, em um contexto como esse, é necessário manter a compostura" (Sergei Karpukhin/Reuters)
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 10h15.
Moscou - Os Estados Unidos são, neste momento, "um parceiro imprevisível" e portanto é necessário "manter a compostura", disse nesta quarta-feira o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, após a publicação da chamada "lista do Kremlin".
"Estamos tratando com um parceiro imprevisível e, claro, em um contexto como esse, é necessário manter a compostura, ou seja, pelo menos agir de acordo com o que entendemos que queremos", apontou Peskov aos jornalistas.
O porta-voz do Kremlin se referia especialmente à possibilidade de 210 pessoas incluídas em tal lista - 114 altos cargos russos e 96 multimilionários - serem ou não sancionados por Washington.
"No próprio texto do documento aponta que este não implica em sanções ou restrições, mas depois ouvimos declarações oficiais sobre que isto é o princípio das sanções, e mais tarde o contrário", afirmou.
Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, decidiu não adotar por enquanto medidas perante a publicação da chamada "lista do Kremlin" elaborada por Washington, ainda que avisou que prejudicará as já deterioradas relações bilaterais.
"É uma autêntica tolice levar as nossas relações a zero", disse o chefe do Kremlin em uma reunião com ativistas da sua campanha para a reeleição, aos quais explicou que a publicação da lista, que não acarreta em sanções automáticas para os integrantes, não foi uma surpresa.
"Esperávamos esta lista, não vou esconder, e estávamos decididos a dar passos em resposta, bastante sérios, que levariam nossas relações ao ponto zero. Mas por enquanto vamos nos abster de dar este passo", disse Putin.
Na lista foi incluído altos cargos do Governo russo, entre eles o primeiro-ministro, Dmitri Medvédev, e o ministro de Relações de Exteriores, Serguey Lavrov, bem como todos os membros da Administração do Kremlin, além de várias dezenas de assessores, gerentes de empresas estatais e chefes da inteligência russa.
Entre os 96 oligarcas, aos quais o Departamento do Tesouro aponta por possuir fortunas superiores a US$ 1 bilhão, figuram o magnata petroleiro Roman Abramovich, dono do Chelsea, e os responsáveis das maiores empresas controladas pelo Estado, como a Gazprom e a Rosneft.