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Rússia denuncia forte pressão americana nas eleições da Interpol

Políticos russos acusaram os EUA de exercerem "uma pressão sem precedentes" para que o candidato russo à presidência da Interpol não fosse o escolhido

Interpol: Rússia não tem "motivo nenhum" para não aceitar os resultados das eleições, afirmou o porta-voz russo (Edgar Su/Reuters)

Interpol: Rússia não tem "motivo nenhum" para não aceitar os resultados das eleições, afirmou o porta-voz russo (Edgar Su/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 11h52.

Moscou - A Rússia denunciou nesta quarta-feira "fortes pressões" nas eleições à presidência da Interpol, que resultaram na vitória do sul-coreano Kim Jong Yang sobre o candidato russo, Alexander Prokopchuk.

"Certamente, é uma pena que nosso candidato não tenha vencido, mas, por outro lado, se analisarmos imparcialmente as declarações feitas por vários países na véspera das eleições, então fica evidente que houve fortes pressões", comentou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, aos veículos de imprensa locais.

Peskov garantiu que a Rússia não tem "motivo nenhum" para não aceitar os resultados das eleições, mas fez eco das duras críticas feitas por deputados e senadores russos, que acusaram os EUA de exercerem "uma pressão sem precedentes" para que o candidato russo não fosse o escolhido.

"(A atitude dos EUA) coloca em interdição o próprio princípio de tomada de decisão nas organizações internacionais", disse Frants Klintsevich, chefe do comitê de defesa e segurança do Senado da Rússia, que tachou de "abertamente vergonhosos" os métodos utilizados contra Prokopchuk.

Além disso, o chefe do comitê de Relações Internacionais da Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia, Leonid Slutski, manifestou surpresa pelo fato de o ganhador ter sido um candidato da Ásia, já que o presidente em fim de mandato era chinês, "contrariando todas as expectativas, o princípio de rotatividade e a lógica do processo".

Slutski também não descartou que os rivais da Rússia, "que não hesitaram em se pronunciar abertamente contra a candidatura russa, exercessem pressão sobre o próprio mecanismo" de escolha.

O Ministério do Interior da Rússia, que destacou que Prokopchuk seguirá no cargo de vice-presidente da Interpol, já tinha denunciado ontem que havia "uma campanha de desprestígio" contra o representante russo.

"Escolher o major-general Alexander Prokopchuk como novo presidente da Interpol é como colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro", dizia a declaração conjunta emitida por senadores membros da Comissão sobre Segurança e Cooperação com a Europa do Congresso dos EUA (Comissão Helsinque).

Além disso, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, pediu publicamente o voto pelo candidato sul-coreano, que sucederá no cargo o chinês Meng Hongwei, que foi presidente da organização até sua detenção no fim de setembro pelas autoridades de Pequim.

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