Presidente russo, Vladimir Putin, e presidente da Venezuela, Nicolás Maduro REUTERS/Maxim Shemetov (Maxim Shemetov/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 09h31.
Moscou, 24 jan (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da Rússia defendeu nesta quinta-feira a legitimidade do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e acusou os Estados Unidos de tentarem desbancar o governo.
"O juramento do opositor 'presidente interino da Venezuela '(Juan Guaidó) e seu imediato reconhecimento pelos Estados Unidos e outros países (...) procura acentuar a divisão da sociedade venezuelana, aumentar o confronto nas ruas (...) e aumentar a escalada do conflito", declarou o ministério.
Segundo Moscou, a criação premeditada na Venezuela de uma "dualidade de poder", ou seja, a formação de um centro alternativo de tomada de decisões, "leva diretamente ao caos, à destruição das bases do Estado venezuelano".
O Ministério das Relações Exteriores ressaltou que nas ações "descaradas de Washington", a Rússia vê "novas demonstrações de desprezo total das normas e princípios do direito internacional e uma tentativa de ter papel de juiz dos destinos de outros povos".
"Salta à vista o propósito de aplicar o roteiro já provado de demolição de governos indesejados", acrescentou o Governo russo.
Moscou disse ver "com enorme preocupação" os avisos de uma série de países "no sentido de que não se pode excluir uma intervenção militar desde o exterior" e advertiu contra semelhantes aventuras, "que podem ter consequência catastróficas".
O departamento dirigido por Sergey Lavrov ressaltou que só os venezuelanos podem decidir seu futuro e tachou de "inaceitável a intromissão estrangeira destrutiva", sobretudo em momentos em que, como agora, a situação é extremamente tensa.
"Fazemos uma chamada aos políticos venezuelanos sensatos que se encontram na oposição ao Governo de Nicolás Maduro para que não se transformem em peões de uma partida de xadrez alheio", afirmou o ministério russo.
"A tarefa da comunidade internacional é ajudar ao entendimento entre as diversas forças políticas da Venezuela", concluiu. EFE