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Rússia defende federalização da Ucrânia

Moscou critica Kiev por nunca ter reconhecido o resultado de referendos separatistas realizados em 12 de maio nas regiões de Donetsk e Lugansk


	Bandeira ucraniana tremula na Praça da Independência, em Kiev
 (AFP/AFP Photo)

Bandeira ucraniana tremula na Praça da Independência, em Kiev (AFP/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2014 às 12h44.

Moscou, 20 set (EFE).- A Rússia defendeu neste sábado a federalização da Ucrânia como único caminho para solucionar o conflito no leste do país, onde Kiev e os separatistas assinaram ontem à noite um memorando que reforçou o cessar-fogo declarado há duas semanas.

'O fortalecimento dos atuais Estados multinacionais só é possível por meio da concessão de competências constitucionais às regiões e aos órgãos locais segundo o princípio federalista', disse a chancelaria russa em um comunicado.

Caso Kiev não opte pela reforma constitucional e o diálogo nacional, advertiu Moscou, o resultado será a 'crise, como a que acontece agora no sudeste da Ucrânia'.

A chancelaria deu como exemplo a atitude das autoridades do Reino Unido diante do referendo na Escócia, já que o governo britânico respeitou as leis internacionais ao permitir o direito dos escoceses de votar a favor ou contra a independência.

O Ministério das Relações Exteriores destacou o 'desejo natural dos habitantes da Escócia de ver no governo central o fiador do respeito a sua identidade cultural, suas particularidades linguísticas e tradições, e de uma maior autonomia em suas decisões e seu status no seio de um Estado unitário'.

A chancelaria ressaltou que o 'governo do Reino Unido fez promessas concretas'.

Moscou critica Kiev por nunca ter reconhecido o resultado de referendos separatistas realizados em 12 de maio nas regiões de Donetsk e Lugansk, onde a maioria dos eleitores apoiou a independência.

Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu para a Ucrânia abrir negociações para mudar seu modelo de Estado, em uma clara tentativa de conseguir mais poderes para o leste russófono.

Antes inclusive da sublevação armada no leste, o Kremlin propôs ao Ocidente uma roteiro sobre a federalização da Ucrânia, argumentando que um país onde o leste e o oeste falam idiomas diferentes, tem economias distintas e cultuam heróis diversos não pode ser um Estado unitário.

Durante negociações nesta madrugada em Minsk, Kiev e os separatistas decidiram adiar o debate sobre a lei de autogoverno aprovada nesta semana pelo parlamento ucraniano, medida que concederia aos rebeldes três anos de autonomia local.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ainda não promulgou a lei, mas se mostrou disposto a conceder mais poderes aos separatistas pró-Rússia, desde que permaneçam em um Estado unitário. EFE

io/dk

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