O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov: Moscou reiterou a postura do Kremlin de considerar inaceitável que a renúncia do presidente sírio, Bashar al Assad (Sergei Karpukhin/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2015 às 10h06.
Moscou - O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira que tanto seu país quanto o Irã rejeitam a intromissão estrangeira nos assuntos do Oriente Médio, em particular na solução ao conflito na Síria.
"Falamos sobre a situação no Oriente Médio e no norte da África, e em particular sobre a resolução do conflito sírio, que só pode ser conseguida mediante o diálogo entre os sírios e sem ingerência externa de nenhum tipo", disse Lavrov em entrevista coletiva ao término de suas conversas com seu colega iraniano, Javad Zarif.
O chefe da diplomacia russa reiterou a postura do Kremlin de considerar inaceitável que a renúncia do presidente sírio, Bashar al Assad, seja exigida como condição prévia para a solução do conflito na Síria.
"Se alguns de nossos parceiros considera que é preciso pôr como condição a destituição de Al-Assad no final do período de transição no país, para a Rússia é uma postura inaceitável porque é algo que deve ser decidido pelo próprio povo sírio", assinalou Lavrov.
Lavrov e Zarif também conversaram diversos assuntos da agenda bilateral, incluídos ambiciosos projetos no âmbito de energia, incluída a nuclear.
O levantamento das sanções contra a República Islâmica depois do acordo alcançado em Viena sobre a política nuclear de Teerã "elimina todas as barreiras para uma ampla cooperação entre Irã e Rússia", apontou Zarif.
Ele disse confiar que "a cooperação nuclear pacífica entre Irã e Rússia continuará depois dos acordos de Viena", acrescentou.
Os dois países acordaram há um ano a construção de duas novas usinas nucleares no sul do Irã, depois de a Rússia ajudar o Irã a levantar sua única central atômica, a de Busher, que já funciona a pleno rendimento.
A usina, com uma potência de mil megawatts, entrou em funcionamento em agosto de 2010, depois de mais de uma década de obras que enfrentaram a oposição ocidental.