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Rússia critica encenação de morte de jornalista em Kiev: "Provocação"

Arkadi Babchenko, cuja morte foi divulgada na terça (29), reapareceu nesta quarta-feira, em entrevista coletiva

Arkadi Babchenko: jornalista disse que o serviço secreto ucraniano simulou morte para abortar complô russo que incluía seu assassinato e o de outras 30 pessoas (Valentyn Ogirenko/Reuters)

Arkadi Babchenko: jornalista disse que o serviço secreto ucraniano simulou morte para abortar complô russo que incluía seu assassinato e o de outras 30 pessoas (Valentyn Ogirenko/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de maio de 2018 às 16h55.

Moscou - A Rússia classificou nesta quarta-feira como "provocação anti-russa" a encenação por parte das autoridades ucranianas do assassinato do jornalista opositor russo Arkadi Babchenko, que foi dado como morto ontem à noite e reapareceu esta tarde em Kiev.

"Agora já se começam a conhecer os autênticos motivos da encenação, que, sob todas as luzes, é uma nova provocação anti-russa", afirmou o Ministério de Relações Exteriores russo em comunicado.

Babchenko explicou em entrevista coletiva que os serviços secretos ucranianos tinham encenado sua morte para abortar um suposto complô russo que incluía seu assassinato e o de outras 30 pessoas em território ucraniano.

A nota do Ministério ressalta que Moscou se disse satisfeito pelo fato de que "o cidadão russo esteja vivo", mas denunciou a tentativa de enganar "toda a comunidade internacional" com motivos propagandísticos.

"A questão da vida e da morte na Ucrânia, da mesma forma que a confiança da comunidade internacional na sua política, não é mais que uma moeda de troca para instigar a histeria anti-russa do regime de Kiev", criticou.

Além disso, o governo russo se mostra convencido de que os ministérios de Relações Exteriores ocidentais e as instituições internacionais "extrairão as correspondentes conclusões desta situação".

Babchenko, cuja morte violenta foi informada profusamente ontem à noite, reapareceu hoje em entrevista coletiva para surpresa dos jornalistas locais e da sociedade civil, que já tinha convocado um ato de protesto no centro da cidade.

O jornalista crítico com o Kremlin, que deixou a Rússia há um ano e meio após receber ameaças de morte, admitiu que cooperou nos últimos dois meses com o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano).

Aparentemente, seu assassinato deveria ser executado às vésperas do final de Liga dos Campeões, que aconteceu no sábado passado na capital ucraniana entre Real Madrid e Liverpool.

Antes da entrevista coletiva, o primeiro-ministro ucraniano, Vladimir Groisman, se mostrou convencido de que "a máquina do totalitarismo russo" estava por trás do assassinato, o que foi negado pelo Kremlin e pelo ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Horas depois, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, felicitou o SBU pela "brilhante operação para salvaguardar a vida (...) de Arkadi Babchenko" e prometeu proporcionar ao jornalista proteção 24 horas do dia para evitar qualquer atentado contra sua vida.

Ex-militar, Babchenko se tornou correspondente de guerra para o jornal "Moskovski Komsomolets". Mais tarde, passou a escrever para o jornal opositor "Novaya Gazeta", criticando abertamente o governo de Putin.EFE

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