Ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem, e chanceler russo, Sergei Lavrov, ao chegar para negociações em Moscou (Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 21h25.
Londres - Nas últimas semanas, a Rússia intensificou o fornecimento de equipamentos militares à Síria, incluindo veículos blindados, aviões e bombas teleguiadas, encorajando o presidente Bashar al-Assad no momento em que a luta entre os próprios rebeldes enfraqueceu a insurgência contra ele, disseram fontes com conhecimento do assunto.
Moscou, que está tentando aumentar sua influência diplomática e econômica no Oriente Médio, tem sido um importante fornecedor de armas convencionais para a Síria, dando apoio crucial a Assad durante a guerra civil de quase três anos e bloqueando amplas tentativas ocidentais para puni-lo com sanções pelo uso da força contra civis.
Os novos fornecimentos russos vêm à tona em uma fase crítica do conflito. Negociações de paz estão agendadas para a próxima semana, na Suíça, e a fragmentada oposição está perdendo terreno.
Ainda, o apoio do Ocidente à rebelião está cada vez mais cauteloso devido ao papel desempenhado por militantes estrangeiros, e a Síria disse que alguns países formalmente contrários a Assad começaram a discutir cooperação de segurança com seu governo.
Várias fontes disseram à Reuters que as forças de Assad tinham recebido desde dezembro entregas de armas e outros suprimentos militares, incluindo aviões teleguiados conhecidos como drones, que foram organizadas diretamente pela Rússia ou por meio de representantes.
"Dezenas de (aviões de transporte russos) Antonov 124 têm trazido veículos blindados, equipamentos de vigilância, radares, sistemas eletrônicos de guerra, peças de reposição para helicópteros e várias armas, incluindo bombas teleguiadas para aviões", disse uma fonte de segurança do Oriente Médio.
"Assessores russos e especialistas em inteligência têm enviado aviões teleguiados o tempo todo para ajudar as forças sírias a rastrear posições rebeldes, analisar as suas capacidades e realizar artilharia de precisão e ataques de força aérea contra eles", disse a fonte, que não quis ser identificada.
O porta-voz do monopólio russo de exportação de armas Rosoboronexport, Vyacheslav Davidenko, disse que não poderia comentar sobre o fornecimento de armas para a Síria.
A Rússia disse que enviar suprimentos militares à Síria não viola nenhuma lei internacional e que não vende armas ofensivas a Damasco.
Autoridades sírias não puderam ser encontradas para comentar o assunto.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que não tinha nenhuma confirmação independente de que a Rússia aumentou o envio de suprimentos militares à Síria, mas que seria preocupante caso fosse verdade.