Nicolás Maduro: Rússia reiterou nesta quarta-feira o seu apoio ao presidente da Venezuela (Marco Bello/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 09h16.
Moscou - A Rússia reiterou nesta quarta-feira o seu apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, condenou a intromissão nos assuntos internos do país sul-americano e acusou os Estados Unidos de potencializarem a intransigência da oposição venezuelana.
"A nossa posição consiste em que é necessário evitar qualquer tipo de ingerência nos assuntos internos dos Estados soberanos", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, sobre a situação na Venezuela em sua tradicional entrevista coletiva anual.
O ministro ressaltou que a Rússia apoia os esforços para estabelecer um diálogo entre a oposição e o governo da Venezuela, que não chega a se concretizar porque a "parte intransigente da oposição é influenciada do exterior, antes de tudo dos EUA".
"É essa influência o que transformou essa parte da oposição em intransigente. E isto é profundamente lamentável", acrescentou Lavrov.
O ministro russo qualificou de "muito alarmantes" as declarações formuladas sobre uma possível intervenção militar na Venezuela e pelo fato de que agora os Estados Unidos poderiam reconhecer como chefe de Estado do país sul-americano o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó, ao invés de Maduro.
"Tudo isso é muito alarmante e mostra que nos EUA a política de derrubar governos indesejados se mantém como uma de suas prioridades de ação", disse o chefe da diplomacia russa.
Ontem, o vice-presidente americano Mike Pence pediu a Guaidó que "construísse unidade entre os grupos políticos" e prometeu ao político venezuelano que irá apoiá-lo até que "a democracia" seja restabelecida no país sul-americano.
Em comunicado, a Casa Branca informou que Pence conversou por telefone com Guaidó e reconheceu a "liderança corajosa" que o opositor demonstrou após a ter ficado detido por um curto período de tempo no domingo. Além disso, o vice-presidente americano reiterou o "firme apoio" de Washington à Assembleia Nacional "como a única entidade democrática legítima" na Venezuela.