Rebeldes: Lavrov e Kerry mantiveram consultas no dia 2 de dezembro em Roma (Ammar Abdullah/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 09h56.
Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 12h53.
Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou nesta segunda-feira o iminente início de negociações com os Estados Unidos para a retirada dos rebeldes do leste de Aleppo, no norte da Síria, após o que será declarado um cessar-fogo.
Lavrov explicou em entrevista coletiva que o secretário de Estado americano, John Kerry, propôs "estabelecer rotas e prazos para a saída de todos os combatentes do leste de Aleppo, sem exceção".
O ministro russo adiantou que "assim que forem estabelecidas as rotas e os prazos entrará em vigor um cessar-fogo e, ao mesmo tempo, procederemos com a retirada desses grupos armados".
Lavrov se mostrou otimista sobre a possibilidade de solucionar o problema de Aleppo se ambas as partes chegarem a um acordo, o que, além disso, permitiria "garantir a segurança dos civis, o fornecimento ininterrupto de ajuda humanitária e a normalização da situação".
O titular de Relações Exteriores russo também advertiu que "os que não quiserem deixar o leste de Aleppo e prosseguirem com a luta armada serão tratados como terroristas e extremistas, e apoiaremos a operação do exército sírio contra esses grupos armados".
Lavrov adiantou que as conversas começarão na terça-feira, ou no mais tardar na quarta-feira em Genebra, e não hoje, segunda-feira, como estava previsto, pois os EUA pediram que o início das consultas entre os especialistas de ambos os países fosse adiado.
"Partimos do pressuposto que os norte-americanos, quando apresentaram a iniciativa da saída dos guerrilheiros de Aleppo, têm consciência dos passos que isso exige, tanto para eles como para seus aliados que exercem influência sobre os rebeldes presentes no leste de Aleppo", disse o titular de Relações Exteriores da Rússia.
Além disso, Lavrov tachou de "contraproducente" a resolução que foi apresentada no Conselho de Segurança sobre Aleppo, já que é contraditória aos esforços russo-americanos para facilitar a saída dos rebeldes da segunda cidade mais importante da Síria.
Lavrov recebeu a proposta de Kerry nos dias 2 e 3 de dezembro nas consultas que ambos os diplomatas mantiveram em Roma, na Itália, as primeiras desde que Donald Trump foi eleito presidente dos EUA