Irã: "Este acordo não pode ser mantido com a saída unilateral de um dos participantes" (Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 22h22.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, advertiu nesta sexta-feira que se o presidente Donald Trump decidir retirar os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã o pacto será enterrado.
"Este acordo não pode ser mantido com a saída unilateral de um dos participantes", disse Lavrov em entrevista coletiva nas Nações Unidas.
"Estará destruído e não haverá acordo neste caso. Acredito que todo mundo entende isto".
"É um momento decisivo", advertiu Lavrov.
Na semana passada, Trump renovou a suspensão das sanções contra o Irã, como prevê o acordo nuclear, mas pediu aos legisladores americanos e a seus aliados europeus que corrijam as "lacunasdesastrosas" do tratado ou os Estados Unidos sairão.
Rússia e Estados Unidos estão entre as seis potências que firmaram o acordo com o Irã em 2015, que passou a controlar o programa nuclear de Teerã em troca da suspensão das sanções contra o país.
Lavrov deixou claro que de parte da Rússia não haverá qualquer tentativa de salvar o pacto se os Estados Unidos saírem.
A Rússia fará o possível para persuadir os Estados Unidos "a não mexer nisto", disse Lavrov, acrescentando que o acordo "não morreu ainda".
O chanceler russo repetiu o seu argumento de que acabar com o pacto enviaria uma mensagem muito negativa à Coreia do Norte, impossibilitando qualquer acordo para que Pyongyang detenha seu programa nuclear.
Lavrov disse ainda que os Estados Unidos precisam provar suas denúncias de que a Rússia ajuda a Coreia do Norte a driblar as sanções impostas pela ONU por seu programa nuclear.
"Eles dizem: 'Temos informação, mas é secreta, confidencial. Necessitamos de fatos para atingir negociações e discussões específicas" sobre as sanções.
O secretário americano de Estado, Rex Tillerson, afirmou esta semana que a Rússia abastece de petróleo a Coreia do Norte, apesar das sanções impostas pelas Nações Unidas.