Rússia e Ucrânia: Vladimir Putin acusou o governo da Ucrânia de aquecer o conflito no leste do país (Bloomberg/Bloomberg)
EFE
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 11h42.
Moscou - A Rússia afirmou nesta segunda-feira ter "provas irrefutáveis" de que as Forças Armadas ucranianas dispararam mísseis balísticos "Tochka-U" carregados com "projéteis de fragmentação e bombas incendiárias" contra a população civil do leste da Ucrânia.
"O Comitê de Instrução (CI) reuniu provas do uso por parte dos militares ucranianos de armas de destruição em massa - mísseis táticos 'Tochka-U' - contra núcleos residenciais da região de Lugansk", incluídas as cidades de Lugansk e Rovenki e as populações de Novosvetlovka, Yubuleynoye e Ternovoye, disse aos jornalistas a porta-voz do organização, Svetlana Petrenko.
Svetlana acrescentou que os mísseis balísticos foram carregados com "projéteis de fragmentação e bombas incendiárias".
"Um projétil incendiário produz, ao explodir, até 14,5 mil fragmentos que alcançam uma superfície de 2-3 hectares. Um míssil carregado com um projétil de fragmentação pode causar danos em uma superfície de até sete hectares e produz até 15,8 mil fragmentos", expôs Petrenko.
Com estas capacidades, acrescentou, este tipo de armamento "pode ser considerado de destruição em massa, ao não deixar possibilidades de sobrevivência tanto aos soldados das partes em conflito como aos civis".
"O uso deste tipo de armamento arbitrário faz vítimas mortais entre a população civil e gera graves danos às infraestruturas", insistiu a porta-voz do CI.
Os mísseis táticos "Tochka-U" - que foram dispados desde plataformas móveis e que têm um alcance de 120 quilômetros - "são umas das armas mais potentes no arsenal do Exército ucraniano", lembrou.
A violência voltou ao leste da Ucrânia no final do mês passado de janeiro e pelo menos 20 pessoas, entre civis e combatentes de ambos bandos, morreram desde então na zona do conflito.
O presidente russo, Vladimir Putin, acusou o governo da Ucrânia de aquecer o conflito no leste do país para poder se aproximar do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após ter apoiado economicamente sua rival, Hillary Clinton, nas eleições de novembro passado.