O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov: "os radicais seguem controlando as cidades", disse (Vasily Maximov/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2014 às 10h52.
Genebra - O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, acusou nesta segunda-feira ante o Conselho de Direitos Humanos da ONU o novo governo ucraniano de querer atacar as minorias na Ucrânia.
"Os radicais seguem controlando as cidades. Em vez do que foi prometido, foi criado um governo dos vencedores, foi tomada uma decisão no Parlamento para reduzir os direitos das minorias linguísticas", declarou Lavrov.
"Afirmaram que é preciso castigar a língua russa, os vencedores têm a intenção de utilizar os frutos de sua vitória para atacar os direitos humanos", acrescentou Lavrov.
O chanceler defendeu, por isso, a criação na Ucrânia de unidades de autodefesa para proteger as populações.
Além disso, Lavrov criticou as ameaças ocidentais de sanções à Rússia por seu papel na Ucrânia.
"Aqueles que tentam interpretar a situação como uma espécie de agressão, e ameaçam com sanções e boicotes, são os mesmos que encorajaram (os ucranianos) a rejeitar o diálogo e polarizaram a sociedade ucraniana", disse o ministro.
Lavrov pediu que estes países, aos quais não nomeou, "façam uma demonstração de responsabilidade e deixem de lado os cálculos políticos, colocando acima de tudo o interesse do povo da Ucrânia".
"As ameaças violentas dos ultranacionalistas colocam em risco as vidas e os interesses regionais dos russos e das populações de língua russa", declarou Lavrov.
Depois que o Senado russo autorizou o recurso às Forças Armadas na Ucrânia, o chanceler disse que a Crimeia, "em meio a estas condições, pediu que o presidente russo estabeleça a paz", em um apelo que considerou "em conformidade com a legislação russa".
"Trata-se de defender nossos cidadãos e compatriotas, e de garantir os direitos humanos e o direito à vida", enfatizou.
Lavrov deveria almoçar nesta segunda-feira com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.