Síria: Moscou realiza há mais de um ano uma campanha de ataques aéreos na Síria em apoio ao regime do presidente Bashar al-Assad (Rami Zayat / Reuters)
AFP
Publicado em 1 de novembro de 2016 às 16h43.
A Rússia acusou nesta terça-feira a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos de "adiar indefinidamente" a perspectiva de uma solução política para a guerra na Síria.
A coalizão internacional "coloca entraves" para as operações militares russas na Síria, declarou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.
"Como resultado, a perspectiva de uma solução política rápida e um retorno do povo sírio para uma vida pacífica é adiada indefinidamente", disse Shoigu.
O ministro acusou os rebeldes de disparar diariamente contra "dezenas de civis" que tentam usar os corredores humanitários criados pela Rússia para permitir que essas pessoas e feridos saiam da zona leste de Aleppo, nas mãos dos rebeldes e sitiada há meses pelo regime.
Moscou realiza há mais de um ano uma campanha de ataques aéreos na Síria em apoio ao regime do presidente Bashar al-Assad.
Em 22 de setembro, o exército sírio lançou uma ofensiva para recuperar o controle dos subúrbios orientais de Aleppo, sob controle dos rebeldes desde 2012, com a ajuda de seu aliado russo.
A Rússia interrompeu seus bombardeios contra Aleppo em 18 de outubro como parte de uma"trégua humanitária", que deveria permitir a evacuação de civis e feridos e a retirada dos combatentes.
Mas os oito corredores criados para este objetivo permanecem praticamente intransitáveis.
Além disso, Shoigu criticou a posição da Espanha, que voltou atrás após ter aceitado inicialmente que um grupo aeronaval liderado pelo porta-aviões russo Amiral Kuznetsov fizesse escala em seu porto de Ceuta (enclave no Marrocos).
A Rússia está "muito surpresa com a oposição de alguns países que, sob pressão dos Estados Unidos e da Otan, anunciaram publicamente ter negado a nossos navios a entrada em seus portos", afirmou.