Mosul: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha pediu que a coalizão não ataque civis (Zohra Bensemra/Reuters)
EFE
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 14h29.
Moscou - A Rússia acusou nesta terça-feira a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos de bombardear escolas, casas e infraestruturas civis em Mosul e outras cidades iraquianas da província de Ninawa.
"Só nos últimos três dias, as vítimas de tais ações militares são mais de 60 civis, incluindo crianças. Além disso, mais de 200 ficaram feridas", disse o general Sergei Rudskoi à imprensa local.
O militar russo denunciou vários ataques indiscriminados da coalizão contra alvos civis em Mosul e seus arredores. "No dia 21 de outubro, um avião das Forças Aéreas dos EUA bombardeou uma escola para meninas", disse o general.
"Um ataque em massa contras zonas residenciais na cidade de Karakosh e Hazna", completou.
A Rússia já tenha denunciado no sábado a morte de dezenas de civis iraquianos em um bombardeio ocidental contra um funeral perto da cidade de Kirkuk, incidente que não hesitou em classificar de crime de guerra.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha pediu que a coalizão não ataque civis durante a operação lançada para tomar Mosul do controle do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
A Rússia expressou nos últimos dias sua preocupação tanto por uma possível catástrofe humanitária em Mosul como pela fuga dos jihadistas do Iraque para a Síria. O general russo estimou em 300 o número de terroristas que já deixou a cidade iraquiana em direção à província síria de Deir ez Zor.
Por esse motivo, aviões russos estão patrulhando a fronteira entre os dois países e estão prontos para "lançar de maneira imediata ataques contra os terroristas", afirmou Rudskoi.
"Por enquanto, a coalizão não tem conseguido vitórias tangíveis na libertação da cidade dos terroristas do EI", disse o general.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou hoje que ocorre em Mosul é igual aos bombardeios de Moscou sobre Aleppo, que os países ocidentais chamaram de crime de guerra.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, rebateu, ao afirmar, que ao contrário da Rússia, Washington preparou uma operação em Mosul para evitar o sofrimento dos civis.