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Rússia aceita mediar conflito na Líbia

O país, porém, descartou que o interlocutor seja o ditador Muammar Kadafi

Mikhail Margelov: "Rússia não bombardeou a Líbia, não retirou sua embaixada, por isso poderia exercer o papel de mediador" (Ashraf Shazly/AFP)

Mikhail Margelov: "Rússia não bombardeou a Líbia, não retirou sua embaixada, por isso poderia exercer o papel de mediador" (Ashraf Shazly/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2011 às 10h53.

Moscou - A Rússia se mostrou nesta sexta-feira disposta a mediar na Líbia a pedido da comunidade internacional, mas descartou que o interlocutor possa ser o ditador desse país norte-africano, Muammar Kadafi.

"Rússia não bombardeou a Líbia, não retirou sua embaixada, por isso poderia exercer o papel de mediador", afirmou Mikhail Margelov, representante especial do Kremlin para a África e o Oriente Médio, citado pelas agências russas.

O diplomata ressaltou na cúpula do Grupo dos Oito (G8) na cidade francesa de Deauville que a única forma de encontrar "uma saída para a atual situação" no país árabe é através de "um acordo político".

Ao mesmo tempo, considera muito difícil encaminhar negociações com o ditador líbio, quem se autoproclama "messias de Deus", apontou.

"É preciso falar com as pessoas de seu entorno. Possivelmente, seus filhos. Esses contatos já ocorrem", disse Margelov, que mencionou ao Catar e à Arábia Saudita entre os países onde poderia exilar-se Kadafi após deixar o poder.

Segundo informou nesta sexta-feira o Kremlin, os líderes do Grupo dos Oito (G8, que reúne as maiores potências mundiais) pediram na véspera ao presidente russo, Dmitri Medvedev, a mediar para encontrar uma regra ao conflito armado na Líbia.

Por outra vez, o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Riabkov, afirmou nesta sexta-feira em entrevista coletiva na cidade francesa que Moscou está disposto a apoiar a saída do poder de Kadafi.

"É preciso encontrar uma fórmula pela qual Kadafi deixe o cargo", assinalou o diplomata russo, que considera que esse passo facilitaria o fim do conflito entre as autoridades de Trípoli e os insurgentes de Bengazi.

Até agora, a Rússia havia assegurado que não assumiria funções de mediador na Líbia e só respaldaria os trabalhos de mediação da União Africana e da ONU.

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