Maria Butina: russa é acusada nos EUA de ser agente ilegal do Kremlin (Press Service of Civic Chamber of the Russian Federation/Handout/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de julho de 2018 às 17h22.
Última atualização em 17 de julho de 2018 às 09h36.
Washington - Uma cidadã russa foi detida e indiciada em Washington por trabalhar nos Estados Unidos para favorecer os interesses do Kremlin na qualidade de agente ilegal, informou nesta segunda-feira o Departamento de Justiça americano.
Mariia Butina foi detida este domingo na capital americana acusada de ter tecido redes de contatos para beneficiar à Rússia sem cumprir os trâmites de registro previstos no país, segundo relatou o governo.
A russa foi indiciada por um crime de conspiração para atuar como agente da Federação Russa nos Estados Unidos sem ter informado previamente às autoridades.
Butina, de 29 anos e residente de Washington, foi apresentada diante de uma corte federal da capital, onde as acusações foram oficializadas e se ordenou que permanecesse em prisão à espera de outra audiência fixada para a próxima quarta-feira.
Entre 2015 e - pelo menos - fevereiro de 2017, a acusada trabalhou para um alto funcionário do Banco Central Russo, que foi sancionado pelo Departamento do Tesouro no último mês de abril.
Segundo informou o governo com base nos documentos judiciais, houve um esforço por parte de Butina e este funcionário para que a detida atuasse como agente russa dentro dos EUA, tecendo relações com americanos e infiltrando-se em empresas que tivessem influência com políticos do país.
O suposto objetivo desta estrutura era favorecer os interesses do Kremlin por meio de ações que primeiro executava da Rússia e depois em território americano, aonde chegou com um visto de estudante.
A acusação afirma que a agente russa não informou às autoridades dos seus verdadeiros objetivos, o que está requerido por lei e lhe poderia acarretar uma condenação de até cinco anos de prisão.
Seu comparecimento no tribunal aconteceu pouco depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, realizassem em Helsinque sua primeira cúpula bilateral.
Esta reunião se viu sacudida na sexta-feira passada quando a investigação do conluio russo resultou no indiciamento de 12 agentes de Moscou pelo seu suposto hackeamento e difusão de dados da campanha da rival de Trump nas eleições de 2016, Hillary Clinton.