Soldado do exército do Congo olha para um veículo pegando fogo após sofrer uma emboscada próximo da vila Mazizi, na provícia de Kivu do Norte (Kenny Katombe/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 19h36.
Nações Unidas - Ruanda pediu nesta sexta-feira ao Comitê de Sanções do Conselho de Segurança da ONU que desconsiderasse um relatório segundo o qual o derrotado grupo rebelde M23, na República Democrática do Congo, ainda está recrutando combatentes em Ruanda e soldados congoleses estão envolvidos em violações de direitos humanos.
O relatório confidencial elaborado por especialistas independentes, visto pela Reuters no mês passado, também diz haver "informação crível de que os líderes do M23, alvo de sanções, estão transitando livremente em Uganda e que o M23 continua a recrutar pessoas em Ruanda".
Os peritos monitoram as sanções da ONU ao Congo e reportam as violações a um Comitê de Sanções do Conselho de Segurança, que é integrado por todos os 15 países membros. O comitê estava reunido na tarde desta sexta-feira para discutir o relatório dos monitores.
"Considerando as muitas falhas indicadas neste documento, o Comitê de Sanções da ONU deveria considerar dispensar o relatório final do grupo de especialistas", disse Ruanda em um documento de sete páginas entregue ao comitê, ao qual a Reuters teve acesso.
Ruanda afirma que as alegações "não têm nenhuma relevância nas atuais circunstâncias" e podem minar os esforços regionais de levar a paz para a volátil região leste do Congo, rica em recursos naturais.
Os especialistas da ONU acusaram repetidamente Ruanda de apoiar a rebelião de 20 meses do M23 no leste do Congo, o que o governo ruandês rejeita categoricamente.