Irã e Arábia Saudita:representação saudita no Cairo reiterou que Irã não reagiu para proteger as duas sedes diplomáticas atacadas (Alaa Al-Marjani / Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 09h19.
Cairo - A Arábia Saudita insistiu nesta quarta-feira que a ruptura de suas relações diplomáticas com o Irã é uam forma de demonstrar a "firme" posição de Riad para "repelir as práticas hostis" do Irã contra o reino e seus aliados.
A delegação diplomática saudita no Cairo e na Liga Árabe, organismo que realizará neste domingo uma reunião extraordinária para discutir a crise, garantiu em comunicado que "não há lugar na comunidade internacional para um país que apoia o terrorismo".
Também destacou que as "hostis" declarações do governo iraniano depois da execução em Riad do destacado clérigo xiita saudita Nimr Baqir al Nimr provocaram o ataque contra as missões diplomáticas da Arábia Saudita no Irã.
A embaixada saudita em Teerã e o consulado na cidade de Mashhad foram atacados por manifestantes iranianos na noite de sábado, depois de as autoridades sauditas executarem Al Nimr.
A representação saudita no Cairo reiterou que as autoridades iranianas não reagiram para proteger as duas sedes diplomáticas, como já denunciou o ministro saudita de Relações Exteriores, Adel al Jubeir.
Após estes ataques, a Arábia Saudita decidiu romper relações diplomáticas com o Irã, no que foi seguido pelo Bahrein e pelo Sudão, enquanto Emirados e Kuwait se limitaram a reduzir sua representação.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, considerou ontem que a ruptura das relações diplomáticas da Arábia Saudita com o Irã não ressarce "o grande crime cometido pelas autoridades sauditas de terem executado um líder religioso".
A execução do clérigo opositor Al Nimr levantou uma onda de críticas e condenações na comunidade xiita do Oriente Médio, assim como distúrbios nos países com população de maioria xiita.
Al Nimr, que tinha uma alta posição na hierarquia religiosa xiita, foi condenado a morte por desobedecer as autoridades e instigar a violência sectária por ter apoiado os protestos contra o governo saudita em 2011 e 2012.