Mundo

Romney defende seus comentários sobre eleitores de Obama

''Acreditamos nas pessoas livres e na livre empresa, não na redistribuição'', declarou Romney


	Segundo Romney, ele e Obama têm ''dois pontos de vista muito diferentes''
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Segundo Romney, ele e Obama têm ''dois pontos de vista muito diferentes'' (Jonathan Ernst/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 20h23.

Washington - O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, defendeu nesta terça-feira seus polêmicos comentários nos quais rotulou como ''vítimas'' e ''dependentes do governo'' os eleitores do presidente Barack Obama, e disse que sua intenção foi destacar a ''grande brecha'' entre sua visão e a do atual governante.

''Acreditamos nas pessoas livres e na livre empresa, não na redistribuição'', declarou Romney à rede ''Fox News'' em sua primeira entrevista após a controvérsia gerada por seus comentários.

Segundo Romney, ele e Obama têm ''dois pontos de vista muito diferentes'' sobre os Estados Unidos, país no qual ''o governo desempenha um papel cada vez maior e redistribui a riqueza'', o que de acordo com ele é o ''caminho errado''.

''Isso não vai construir um Estados Unidos forte ou ajudar a população a sair da pobreza. Acho que o caminho correto é aquele no qual o governo intervém para ajudar os que precisam'', argumentou o candidato.

Os democratas e Obama, que tentará a reeleição em 6 de novembro, ''acham que é preciso tomar de alguns e dar a outros. Eu não acredito nisso'', insistiu.

Romney defendeu assim, sem se desculpar em nenhum momento, suas polêmicas declarações que constam em um vídeo gravado escondido em um jantar com doadores de sua campanha no dia 17 de maio em Boca Raton (Flórida) e que foi divulgado no site da revista ''Mother Jones'', de tendência esquerdista.

No vídeo, é possível ver um Romney descontraído comentando que 47% dos americanos votarão em Obama porque ''acham que são vítimas, que o governo tem a responsabilidade de cuidar deles, que têm direito a saúde, alimentação, moradia ou como o quiserem chamar''.


''Meu trabalho não é me preocupar com essas pessoas. Nunca os convencerei de que deveriam assumir sua responsabilidade e se preocuparem com suas vidas'', disse Romney, para quem os 47% que apoiarão Obama são aqueles que não pagam imposto de renda.

Seu propósito de deixar para trás sua imagem de homem rico alheio às preocupações do cidadão médio fica seriamente comprometido após estas declarações, segundo alguns dos principais analistas políticos americanos, e os mais inclinados à esquerda opinam inclusive que ele perdeu as eleições por causa deste episódio.

A grande repercussão fez Romney convocar uma entrevista coletiva para a noite de ontem na Califórnia e argumentar que suas ideias ''não foram expostas de maneira muito elegante'' porque ele estava ''falando de maneira coloquial'', mas também não se desculpou.

''Os americanos estão caindo na pobreza com este presidente. Quero que voltem a trabalhar'', ressaltou hoje Romney na ''Fox News''.

A respeito das pessoas que não pagam impostos, muitos dos quais são idosos ou estão abaixo da linha da pobreza, o candidato afirmou que nos EUA deveria haver ''suficientes postos de trabalho para que a população tivesse o privilégio de ter maiores receitas que lhes permitiriam pagar impostos''.

Acompanhe tudo sobre:Eleições americanasMitt RomneyPartido Republicano (EUA)Políticos

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA