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Romênia pede a prisão de ex-presidente por crimes contra humanidade

A investigação pede que Ion Iliescu e o ex-primeiro ministro sejam investigados pela morte de mil civis durante a revolta anticomunista em 1989

Romênia: apenas 30 pessoas foram condenadas por violência contra civis no fim do regime comunista (Getty Images / NATO/Getty Images)

Romênia: apenas 30 pessoas foram condenadas por violência contra civis no fim do regime comunista (Getty Images / NATO/Getty Images)

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EFE

Publicado em 2 de abril de 2018 às 14h37.

Bucareste - A Procuradoria romena solicitou nesta segunda-feira permissão para julgar o ex-presidente Ion Iliescu e o ex-primeiro-ministro Petre Roman, acusados de crimes contra a humanidade pela morte de mais de mil civis durante a sangrenta revolta anticomunista de 1989.

O procurador militar, Augustin Lazar, "pediu sinal verde para o chefe de Estado, Klaus Iohannis, para abrir o processo penal por crimes contra a humanidade" contra Iliescu, Roman e Gelu Voican Voiculescu, ex-vice-primeiro-ministro na época, informou o órgão em comunicado.

Por se tratar de dois ex-dignitários, é preciso que o presidente autorize o início do julgamento por um crime que não prescreve.

A investigação, que pretende descobrir os responsáveis pelos massacres durante a violenta revolta que provocou a queda do ditador Nicolae Ceausescu, executado em 25 de dezembro de 1989, foi arquivada em 2015 por falta de provas, mas reaberta em junho de 2016 por decisão da Alta Corte de Cassação e Política.

Lazar afirmou que o Conselho da Frente de Salvação Nacional, liderado por Iliescu, "exerceu o poder executivo e legislativo central entre 22 e 27 de dezembro de 1989".

Roman, que rejeitou a declaração, foi nomeado primeiro-ministro em 26 de dezembro, enquanto Voiculescu assumiu o cargo de vice-primeiro-ministro em 28 de dezembro.

"Quase perdi minha vida na revolta, não tive nenhum envolvimento de nenhum tipo no que aconteceu naqueles dias. Fui alvo dos disparos, dos terroristas, dos franco-atiradores que estavam contra nós", declarou Roman após saber da acusação.

Segundo a Procuradoria, os novos dirigentes fizeram um plano para manter o poder que provocou a morte de 1.104 civis e deixou mais de 5 mil pessoas feridas, algumas delas por armas de fogo, assim como várias detenções.

Um total de 162 cidadãos morreu antes da queda de Ceausescu e outros 942 morreram durante os dias seguintes.

Até o momento, apenas 30 pessoas - nenhuma delas da mais alta responsabilidade - foram condenadas pela violência contra os civis durante a revolução que deu fim ao regime comunista na Romênia, enquanto as vítimas se queixam do abandono do Estado.

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