A Itália considerou "injusta e gravemente ofensiva" a decisão do presidente Luiz Inacio Lula da Silva, declarou nesta sexta-feira o ministro da Defesa, Ignazio La Russa. ( Alberto Pizzoli/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2010 às 15h48.
Roma - A Itália considerou "injusta e gravemente ofensiva" a decisão do presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva de não conceder a extradição ao ex-ativista de extrema-esquerda Cesare Battisti, declarou nesta sexta-feira o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, à agência de notícias Ansa.
"As piores previsões foram confirmadas", mas a Itália "tentará de tudo", no plano jurídico, mas também por todos os meios permitidos pela lei, para que o Brasil "reveja esta decisão injusta e gravemente ofensiva", por sorte ainda não definitiva, ofensiva não apenas ao país, mas à memória das pessoas assassinadas e à dor das famílias de todos os que perderam a vida por causa do assassino Battisti", afirmou.
A extradição de Battisti, 56 anos, é exigida com veemência por Roma, onde foi condenado à revelia, em 1993, à prisão perpétua por quatro mortes e por cumplicidade em assassinatos cometidos em 1978 e 1979, crimes dos quais se diz inocente.
"O fato de Lula ter esperado o último dia de seu mandato para tomar a decisão é sinônimo de falta de coragem", considerou o ministro da Defesa italiano no canal Sky TG24.
"É uma afronta à Itália e ao governo italiano", considerou La Russa. "É uma vergonha", acrescentou, reafirnando sua solidariedade "às famílias das vítimas e a todas as iniciativas que vierem a ser tomadas". "Eles sempre me terão a seu lado", disse ele.
A Itália já havia prevenido quinta-feira que consideraria "inaceitável" uma recusa do Brasil de lhe enviar Battisti.