Mais de 10 mil famílias, em 11 bairros de Manaus, foram atingidas pela subida do nível do Negro (Camargo Correa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2012 às 22h51.
Manaus - O rio Negro, em Manaus, deve superar quarta-feira a cheia histórica registrada em 2009 se o nível do rio continuar subindo três centímetros como vem acontecendo nos últimos dias. A cota foi de 29,75 metros nesta terça-feira. A marca histórica é de 29,77 metros. O curioso é que a maioria dos picos da cheia acontece no mês de junho, 19% em julho e apenas 6% em maio, de acordo com dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Ainda é cedo para dizer se o rio irá parar de subir, já que o mais recorrente é que as chuvas se estendam até junho. Antes de 2009, o recorde de cheia foi registrado em junho de 1953, quando o rio Negro atingiu 26,69 metros. Na avaliação do chefe de Hidrologia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel Oliveira, as cheias são fenômenos naturais e ocorrem em maior ou menor magnitude devido a precipitação que ocorre em toda a bacia hidrográfica. "No caso de 2009 e deste ano, tivemos o fenômeno La Niña, que provocou maiores precipitações na Amazônia".
Mais de 10 mil famílias, em 11 bairros de Manaus, foram atingidas pela subida do nível do Negro. Entre os locais mais afetados está o centro da cidade, incluindo o prédio da Receita Federal e a alfândega portuária, onde um trecho da avenida Eduardo Ribeiro foi fechado pelo instituto de trânsito municipal, e bairros como Raiz, Educandos e Glória.
A Defesa Civil do Estado reverteu R$ 44 mil em ações em Manaus. Foram erguidas pontes de madeiras e instaladas três bombas na área da Manaus Moderna com capacidade de fazer o fluxo reverso da água do rio Negro. O SOS Enchente da Prefeitura de Manaus tirou em dois dias de trabalho 228 toneladas de lixo de igarapés e já distribuiu 8.954 metros de madeira. Destes, 3.699 foram destinados para a construção de pontes e 5.255 foram doados para comunidades organizadas.