Mundo

Rio+20: Ahmadinejad pede compaixão na ordem mundial

O líder iraniano declarou que de nada serve criar novos órgãos internacionais "se forem iguais e servirem para cobrir os problemas" das atuais instituições

Segundo Ahmadinejad, "enquanto o ser humano definir um ao outro como inimigo", não será possível mudar a situação atual (Atta Kenare/AFP)

Segundo Ahmadinejad, "enquanto o ser humano definir um ao outro como inimigo", não será possível mudar a situação atual (Atta Kenare/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2012 às 13h52.

Rio de Janeiro - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez nesta quarta-feira um apelo em prol de uma "nova ordem mundial" em seu discurso na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

"A ordem mundial deve ser redesenhada para servir às necessidades materiais e espirituais da humanidade", disse Ahmadinejad em seu discurso no plenário da Rio+20, que pronunciou em farsi, a língua do Irã.

O líder iraniano declarou que de nada serve criar novos órgãos internacionais "se forem iguais e servirem para cobrir os problemas" das atuais instituições, entre as quais citou a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Conselho de Segurança da ONU, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Ahmadinejad, a atual ordem mundial se baseia no materialismo, no lucro econômico, no consumismo, na perda da moral e no ateísmo, princípios sobre os quais os países ricos "justificam o uso de velhos meios", como a violência ou a devastação do meio ambiente.

"A minoria que se considera acima dos outros muda de slogans e de aparência todo o tempo para continuar com sua hegemonia e apertar o controle dos recursos naturais", afirmou o líder.

Segundo Ahmadinejad, "enquanto o ser humano definir um ao outro como inimigo", não será possível mudar a situação atual e estabelecer uma ordem mundial que se baseie em "princípios humanitários e na compaixão".

A delegação de Israel saiu da sala do plenário quando foi anunciado que o próximo a discursar seria Ahmadinejad.

Na semana passada o Centro Simon Wiesenthal pediu aos governantes de todo o mundo a "rejeitar encontros bilaterais" com Ahmadinejad durante a Rio+20 e a "deixar o lugar" no qual o líder iraniano tivesse a palavra".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaIrã - PaísMeio ambienteRio+20Sustentabilidade

Mais de Mundo

Em encontro com Boric, Lula diz que Trump trata latinos como 'inimigos'

Eleições no Canadá registram recorde de votação antecipada

Irã anuncia adiamento da reunião técnica nuclear com os EUA para sábado