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Richard Branson vai criar um 'santuário' para lêmures

Magnata da Virgin quer levar 30 primatas ameaçados de Madagascar para uma de suas ilhas no Caribe - a um oceano de distância do reduto natural da espécie

Richard Branson: eleito, em 2007, um dos heróis do meio ambiente pela revista Time, ele agora quer salvar os lêmures de Madagascar. (Getty Images)

Richard Branson: eleito, em 2007, um dos heróis do meio ambiente pela revista Time, ele agora quer salvar os lêmures de Madagascar. (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de novembro de 2011 às 14h13.

São Paulo - Bilionário por seu império que vai da música à aviação, biocombustíveis e até viagens aeroespaciais, Richard Branson não mede esforços quando o assunto é meio ambiente. Eleito, em 2007, um dos heróis da causa conservacionista pela revista Time, o magnata da Virgin anunciou a sua mais nova empreitada: criar um santuário para lêmures, aqueles pequenos primatas de olhos graúdos e caudas longas, famosos pelo personagem 'Rei Julian', da animação Madagascar.

Branson pretende remover 30 exemplares da espécie característica do país africano para uma de suas ilhas tropicais no Caribe. Ele acredita que os animais estarão mais protegidos na nova morada do que na ilha de Madagascar, que vem sofrendo com o desmatamento ilegal crescente nos últimos dois anos, após a derrubada do presidente Marc Ravalomanana.

A distância entre a origem e o destino entretanto tem gerado polêmica, já que os novos habitantes da ilha de Moskito, no mar caribenho, ficarão praticamente a um oceano de distância de seu habitat natural. Em entrevista ao britânico The Guardian, o bilionário afirmou contar com apoio científico e que uma avaliação do impacto ambiental havia sido realizada. "Nós tivemos um projeto de preservação de lêmure em Madagascar nos últimos anos e vimos que a situação está ficando pior por lá, então pensamos em encontrar um porto seguro para eles", disse.

Lêmure: espécie é ameaçada pelo desmatamento em Madagascar.  

"Trouxemos especialistas da África do Sul para a ilha de Moskito e eles disseram que o local seria perfeito para a preservação dos lêmures". Todavia, segundo o jornal, outros especialistas defendem que a introdução de uma espécie exótica em um nova região e a mais de 8 mil quilômetros do habitat natural pode prejudicar os lêmures e a fauna local.

O projeto de Branson, contudo, prevê que, em caso de procriação dos primatas, uma leva da espécie poderá migrar para Madagascar novamente. As autoridades das ilhas British Virgin, pertencentes a Branson, já aprovaram o plano e o primeiro embarque de 25 lêmures deve acontecer entre os próximos 3 meses.

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