Mundo

Revolta na Síria já matou mais de 100 mil, diz OSDH

Pelo menos 100.191 pessoas, em sua maioria civis, morreram desde o início da revolta popular, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi: balanço inclui 36.661 civis, 18.072 combatentes rebeldes e 25.407 membros das forças governamentais, segundo a ONG (Fabrice Coffrini/AFP)

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi: balanço inclui 36.661 civis, 18.072 combatentes rebeldes e 25.407 membros das forças governamentais, segundo a ONG (Fabrice Coffrini/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 14h33.

Damasco - O número de mortos desde o início da revolta contra o regime sírio, em março de 2011, superou a barreira simbólica dos 100.000, em um momento de incertezas sobre uma conferência internacional de paz em julho, o que afasta a solução para a guerra.

Pelo menos 100.191 pessoas, em sua maioria civis, morreram na Síria desde o início da revolta popular contra o regime de Bashar al-Assad, que se transformou em uma guerra civil depois da violenta repressão, anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O balanço inclui 36.661 civis, 18.072 combatentes rebeldes e 25.407 membros das forças governamentais, segundo a ONG, que tem como fontes ativistas, médicos e militares no país.

O número de mortos foi calculado até 24 de junho.

Entre os civis estão 3.330 mulheres e 5.144 menores de 16 anos.

Entre os rebeldes, o balanço inclui 13.539 civis que pegaram em armas, 2.518 combatentes estrangeiros, em sua maioria jihadistas, e 2.015 desertores.

As tropas do regime contam com a ajuda de milícias, que perderam 17.311 membros, e de combatentes do Hezbollah, movimento armado xiita libanês, que perdeu 169 integrantes na guerra.

A ONG registra ainda 2.571 corpos não identificados e afirma desconhecer o destino de mais de 10.000 detentos e de centenas de soldados capturados pelos insurgentes.

No plano diplomático, o governo dos Estados Unidos deu a entender na terça-feira que a conferência de paz chamada Genebra 2 não acontecerá em julho, o que adia novamente qualquer esperança de solução política ao conflito.


O emissário especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, afirmou duvidar que a conferência aconteça em julho.

Genebra 2, que é a continuidade de um primeiro plano de paz internacional assinado em 30 de junho de 2012 em Genebra mas nunca aplicado, é uma ideia de Washington e Moscou para tentar abrir negociações para conseguir estabelecer um governo de transição no qual regime e oposição estejam representados.

Mas segundo fontes diplomáticas, russos e americanos discordam da composição do governo. Os americanos insistem que deve excluir Assad, enquanto os russos insistem que deve estar integrado por membros da oposição e do regime, incluindo o presidente sírio.

No campo de batalha, nesta quarta-feira a aviação do regime atacou Rastan, um dos últimos redutos da rebelião na província central de Homs.

Nesta região, o exército sírio, graças ao apoio do movimento xiita libanês Hezbollah, conseguiu sua principal vitória militar ao retomar a cidade rebelde de Qousseir no início do mês.

O avanço estimulou 11 países ocidentais e árabes que apoiam a oposição a tomar a decisão de intensificar a ajuda à rebelião, com o objetivo de mudar o equilíbrio de forças.

No vizinho Líbano, pelo menos 20 sírios ficaram feridos nesta quarta-feira quando foram esfaqueados por um grupo de desconhecidos em um ataque contra o veículo no qual viajavam pela zona leste de Beirute.

O incidente acontece em um momento de tensão e violência relacionadas com o conflito sírio que ameaça a estabilidade do vizinho libanês.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadDireitos civisONGsPolíticosSíria

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde