Mundo

Reunião entre ministros não avança e guerra na Ucrânia continua

O encontro, realizado em Antalya, sul da Turquia, foi o primeiro com o alto escalão dos dois países desde o início do conflito

Desde o fim de semana, a Ucrânia tenta negociar um corredor humanitário para retirar a de população de Mariupol. (Carlos Barria/Reuters)

Desde o fim de semana, a Ucrânia tenta negociar um corredor humanitário para retirar a de população de Mariupol. (Carlos Barria/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 10 de março de 2022 às 07h19.

Última atualização em 10 de março de 2022 às 07h37.

A reunião entre os ministros de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e Rússia, Sergei Lavrov, não avançou para um cessar-fogo e a guerra entre os dois países continua. O encontro, realizado nesta quinta-feira, 10, em Antalya, sul da Turquia, foi o primeiro com o alto escalão da Ucrânia e da Rússia desde o início do conflito. A conversa foi mediada pela Turquia, que é membro da Otan. Havia uma expectativa de que a conversa levaria 1h30, mas teve a duração de poucos minutos.

  • Quer saber tudo sobre a política internacional? Assine a EXAME e fique por dentro.

Logo após o encontro, Kuleba afirmou que não foi fácil ouvir Lavrov durante o encontro, e que a Ucrânia não vai se render. O ministro ucraniano ainda disse que a lista de demandas da Rússia é praticamente uma exigência de rendição. Kuleba também afirmou que os russos devem continuar a ofensiva até que a Ucrânia atenda as demandas exigidas por Moscou.

No encontro também foi debatida a situação da cidade de Mariupol, no sul do país, uma das mais atingidas no conflito. Desde o fim de semana, a Ucrânia tenta negociar um corredor humanitário para retirar a população do local, mas sem sucesso. Kuleba disse que Lavrov não se comprometeu a ajudar na evacuação da cidade.

O ministro russo disse que aqueles que entregam armas aos ucranianos precisam entender o perido. Lavrov afirmou que a Ucrânia planejou um ataque às regiões separatistas do oeste, apoiadas e reconhecidas como independentes pelo Kremlin.

Antes do início da reunião, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, conversou de maneira separada com os dois chanceleres, que chegaram a Antalya na quarta-feira, 9, e estão hospedados em hotéis diferentes.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que multiplicou os esforços de mediação desde o início da crise, afirmou nesta quarta-feira que "a Turquia pode conversar com a Rússia e a Ucrânia ao mesmo tempo". "Estamos trabalhando para evitar que a crise se transforme em tragédia", insistiu. Os dois países concordaram nesta quarta-feira com um cessar-fogo de 12 horas priorizando uma série de corredores humanitários para evacuar civis.

A Turquia, membro da Otan, é aliada da Ucrânia, país para o qual fornece drones de combate. Mas, ao mesmo tempo, preserva suas relações com a Rússia, da qual depende fortemente de seus suprimentos de energia e trigo, bem como para o turismo.

Reino Unido congela bens de Abramovich

Em mais uma ação para pressionar o governo russo, o Reino Unido decidiu congelar os bens do oligarca Roman Abramovich e de outros seis empresários russos. Abramovich é dono do clube Chelsea e já colocou o time à venda, após o início das sanções do ocidente contra os bilionários russos.

Uma estratégia para pressionar o presidente Vladimir Putin a parar com a invasão à Ucrânia envolve atingir oligarcas russos que têm conexões diretas com o Kremlin. Estados Unidos e União Europeia estão congelando fortunas, bens e apreendendo os superluxuosos iates pertencentes aos magnatas. Na semana passada, pelo menos três embarcações foram apreendidas na Europa.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Ministro das Relações Exteriores representará Rússia na cúpula do G20 no Rio de Janeiro

EUA promete 'resposta firme' à presença de tropas norte-coreanas no conflito da Ucrânia

Espanha volta a ter chuvas intensas e autoridades decretam alerta vermelho

EUA planeja triplicar capacidade nuclear até 2050