Soldado israelense: "fomos muito claros em condenar essa ação militar", diz Chile (David Buimovitch/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 às 12h39.
Santiago do Chile - O chanceler do Chile, Heraldo Muñoz, disse nesta quarta-feira que a retirada do embaixador de seu país em Israel é uma medida para expressar o mal-estar do governo chileno com uma operação militar "absolutamente desproporcional" em Gaza, que não implica um apoio direto aos palestinos.
"Fomos muito claros em condenar essa ação militar desproporcional (...) e ao mesmo tempo condenamos o lançamento de foguetes do Hamas. Não houve nada parcial ou que se incline a favor de uma das duas partes em conflito", disse o ministro em declarações à Rádio Cooperativa.
O governo de Israel revelou nesta quarta-feira sua "profunda decepção" pela retirada dos embaixadores do Chile, Peru e El Salvador, e a Comunidade Judaica do Chile reprovou ao Executivo que não tome a mesma medida com o embaixador diante da Autoridade Nacional Palestina.
O chanceler ressaltou que o chamado para consultas do embaixador é uma ação de política externa e assinalou que tanto Israel como a comunidade judaica do Chile deve entender que o Chile tem a obrigação de velar pelo direito internacional humanitário, especialmente agora que faz parte do Conselho de Segurança da ONU.
Muñoz sustentou que a política externa do Chile se fundamenta no "apoio às vítimas inocentes nos conflitos" e lamentou as centenas de vítimas civis, especialmente mulheres e crianças, que a operação provocou até agora Limite Protetor lançada por Israel na Faixa de Gaza.
"Há uma enorme frustração porque tanto as Nações Unidas como o Chile queremos que isto termine imediatamente, por isso pedimos a cessação incondicional do fogo", assinalou.
O ministro considerou que o Chile tem uma "responsabilidade maior" como membro do Conselho de Segurança e que está fazendo o que está a seu alcance, embora a única saída para o conflito seja uma negociação entre israelenses e palestinos.
"É um momento difícil e tenho esperanças de que a pressão internacional possa influir para que se sentem em uma mesa de negociação", acrescentou.
Até o momento, 1.279 palestinos morreram em Gaza e mais de 6.700 ficaram feridos.