Monumento fechado na Itália: depois da Ásia, Europa é o continente mais afetado pelo coronavírus (Alberto Lingria/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2020 às 05h58.
Última atualização em 13 de março de 2020 às 06h29.
São Paulo — Começam a valer nesta sexta-feira, 13, as restrições impostas pelos Estados Unidos contra os viajantes que estiveram na Europa e que agora estão impedidos de entrar no país. A medida foi anunciada na noite de quarta-feira à noite pelo presidente americano Donald Trump em um pronunciamento na televisão e foi uma das razões do tombo dos mercados financeiros mundo afora na quinta-feira.
Embora Trump tenha anunciado uma “suspensão dos voos entre os Estados Unidos e a União Europeia” em seu pronunciamento, o texto do decreto presidencial americano não fala diretamente numa proibição do pouso de aeronaves comerciais vindas da Europa. O decreto presidencial, em realidade, proíbe a entrada de estrangeiros que estiveram em países europeus nos últimos 14 dias. A medida se estende para viajantes de qualquer nacionalidade, incluindo brasileiros que passaram pela Europa nesse período.
A restrição vale para pessoas que estiveram em um dos 26 países europeus que fazem parte do Espaço Schengen, uma área de livre circulação de pessoas que abrange quase toda a região da União Europeia.
Os países são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, República Checa, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia e Suíça.
Nem o Reino Unido, nem a Irlanda, foram incluídos na restrição imposta pelos Estados Unidos. Cidadãos americanos (bem como estrangeiros que têm visto de residência permanente no país) que estiveram na Europa poderão entrar nos Estados Unidos, mas deverão entrar somente por alguns aeroportos específicos que têm equipamentos de monitoramento da saúde. A proibição entra em vigor às 13h (horário de Brasília) desta sexta-feira. Trump diz que ela pode durar 30 dias, mas o texto do decreto não estipula um limite.
Com a medida, o governo Trump tenta evitar a entrada de mais pessoas que tiveram contato com o vírus na Europa, que é o continente mais afetado depois da Ásia. Só a Itália tem mais de 12.000 casos e 827 mortes.
Entretanto, a maioria dos novos casos nos Estados Unidos já é de transmissões locais do vírus. Até a quinta-feira, os Estados Unidos tinham 987 casos confirmados da doença respiratória causada pelo novo coronavírus, e 29 mortes. Os dados são do balanço mais recente da Organização Mundial da Saúde. Se a medida de Trump foi exagerada ou não do ponto de vista da saúde pública, é um tema em discussão. Mas ela certamente contribuiu para trazer mais preocupações aos mercados financeiros sobre os prejuízos econômicos dessa crise.