Eleições legislativas: Americanos votaram antecipadamente em Wisconsin, nos Estados Unidos (Nick Oxford/Reuters)
AFP
Publicado em 4 de novembro de 2018 às 17h35.
Última atualização em 4 de novembro de 2018 às 17h58.
Um exército de militantes e candidatos percorria os Estados Unidos neste domingo para convocar eleitores a votar na próxima terça-feira, nas eleições de metade de mandato, que a oposição democrata apresenta como um referendo sobre o governo de Donald Trump, há dois anos na Casa Branca.
Nunca tanto dinheiro foi usado em uma votação de metade de mandato, gerando uma avalanche de anúncios em TV, rádio e internet.
Em um ou outro lado, foram gastos mais de 5 bilhões de dólares para influenciar o voto dos americanos, superando em 35% o recorde anterior, estabelecido em 2014, segundo o site especializado Opensecrets.org.
O fluxo de dinheiro e entusiasmo provém principalmente do campo democrata, decidido a romper o domínio republicano nas duas câmaras do Congresso.
A oposição sabe que a história destas eleições costuma ser fatal para o partido no poder, e espera um voto ainda mais categórico contra Donald Trump, que vários deputados e candidatos acusam abertamente de mentir, enterrar o sistema de seguro social e dar rédeas soltas à extrema direita.
Barack Obama em 2010; George W. Bush em 2006; Bill Clinton em 1994 e Ronald Reagan em 1986: todos perderam a maioria na Câmara dos Representantes, cujas 435 cadeiras serão integralmente renovadas por dois anos.
O vice-presidente, Mike Pence, reconheceu o risco de uma onda azul, cor democrata, e convocou seus seguidores a não se absterem.
A disputa é muito diferente entre as duas câmaras do Congresso. Na dos Representantes, onde os democratas devem conquistar 23 cadeiras para formarem a maioria, as pesquisas os favorecem em nível nacional.
Já no poderoso Senado, onde apenas 35 das 100 cadeiras estão em disputa para mandatos de seis anos, os republicanos levam vantagem, porque as eleições acontecerão principalmente em estados conservadores.
Os Estados Unidos poderão amanhecer em 3 de janeiro de 2019 com um Congresso dividido entre os dois partidos. Este cenário é suficiente para colocar travas no chefe do Executivo, que verá sua agenda legislativa completamente bloqueada durante os 22 meses anteriores à próxima eleição presidencial, em novembro de 2020.
Consciente de que a votação significa um referendo sobre a sua presidência, Trump saiu na frente. Voa do Missouri a Montana e à Flórida para pedir a seus eleitores que compareçam às urnas.
No encerramento da campanha, sua mensagem é "muito simples", como disse ontem: prosperidade e segurança, vangloriando-se da saúde da economia e de um índice de desemprego no nível mais baixo em meio século.
Uma derrota dos republicanos, advertiu na Flórida, precipitaria a chegada do socialismo e de hordas de criminosos provenientes da América Central. "Bem-vindos à Venezuela", ironizou.
Os democratas, assinalou, "querem apagar as fronteiras e dar mais direitos aos clandestinos do que aos cidadãos americanos".
Há semanas, o presidente americano apresenta com termos alarmantes as caravanas de milhares de migrantes centro-americanos que atravessam o México rumo aos Estados Unidos. Trump visitará novamente Geórgia e Tennessee neste domingo.
Do lado opositor, Barack Obama saiu da reserva para mobilizar o eleitorado democrata. Neste domingo, estará em Indiana e Illinois.