Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (NurPhoto / Contributor/Getty Images)
Reuters
Publicado em 25 de março de 2019 às 08h56.
Estados Unido — Henry Thompson, funcionário aposentado da montadora Ford e apoiador de Donald Trump, ficou extasiado ao ouvir um resumo do relatório da investigação sobre a Rússia feito pelo procurador especial Robert Mueller na TV de um restaurante em Dearborn, no Michigan, no domingo.
Mueller não encontrou evidências de que a campanha de Trump colaborou com a Rússia na eleição de 2016, de acordo com o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, o que agradou a seguidores de Trump em Estados divididos e deixou adversários desconcertados.
"Finalmente podemos afastar os inimigos que querem minar nosso presidente", disse Thompson, um ex-democrata de longa data que apoiou Trump na campanha de 2016 por sua oposição ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte.
"Quantas vezes Trump disse: 'Sem conluio' -- e ele estava certo. Eles dizem que o presidente mente. Mas seus inimigos mentiram sobre isso desde o começo", afirmou.
Trump, que realizará um comício em Michigan na quinta-feira e repetidamente chamou a investigação de Mueller de "caça às bruxas", rapidamente elogiou o anúncio como "completa e total absolvição".
Mueller não chegou a uma conclusão sobre a possibilidade de Trump ter infringido a lei ao interferir nas investigações sobre a eleição de 2016, e deixou para Barr tomar uma decisão. O procurador-geral disse que Mueller não apresentou provas suficientes para justificar a acusação contra Trump de obstrução da justiça.
Democratas como Sam Skardon, de Charleston, Carolina do Sul, disseram que queriam ver o relatório completo, não apenas o resumo apresentado por Barr, que foi recentemente nomeado por Trump.
"Eu não vou aceitar a palavra de William Barr para o que são as descobertas. Eu quero ver por mim mesmo. Eu quero o relatório completo", disse Skardon, de 30 anos, que trabalha com desenvolvimento econômico.
No entanto, o anúncio foi um ponto de virada para outros norte-americanos que não votaram em Trump.
O produtor de filmes e televisão Alfred Spellman, de Miami, disse que o relatório mostrou que era hora de os oponentes de Trump trabalharem para derrotá-lo nas urnas em vez de tentarem encontrar motivos para um impeachment.
"Quaisquer que sejam os outros problemas que eles têm com o presidente são questões políticas e devem ser resolvidos nas urnas", disse Spellman, um trabalhador autônomo, cujos créditos incluem documentários como "Cocaine Cowboys".
A Flórida, assim como Michigan, é um campo de batalha onde as pesquisas mostram que o apoio a Trump diminuiu desde que ele ganhou os estados em 2016.