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Republicanos atacam Romney em debate antes de primárias

Vencedor das duas prévias realizadas até agora, Romney foi o alvo dos adversários antes da votação na Carolina do Sul

Newt Gingrich, Ron Paul, Rick Santorum e Rick Perry dirigiram vários ataques contra Romney (AFP/Getty Images / Joe Raedle)

Newt Gingrich, Ron Paul, Rick Santorum e Rick Perry dirigiram vários ataques contra Romney (AFP/Getty Images / Joe Raedle)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 11h59.

Myrtle Beach, Estados Unidos - Os aspirantes à indicação republicana para as presidenciais de novembro nos Estados Unidos se enfrentaram em um acalorado debate, no qual todas as acusações convergiram no favorito Mitt Romney a dias das cruciais primárias da Carolina do Sul.

Os quatro candidatos que seguem Romney nas pesquisas, Newt Gingrich, Ron Paul, Rick Santorum e Rick Perry, dirigiram vários ataques contra ele na segunda-feira à noite, antes da votação de sábado para definir o rival do presidente Barack Obama.

Gingrich, ex-presidente da Câmara de Representantes que, segundo as últimas pesquisas, aparece em segundo, atrás do líder Romney, marcou vários pontos com o público com seus ataques contra o ex-governador de Massachussetts.

Gingrich disse que Romney deveria responder sobre seu passado como capitalista de risco com a companhia Bain Capital, algo que também foi questionado pelos outros candidatos.

Romney, que foi chamado a divulgar suas declarações de impostos, devolveu os golpes de Gingrich, mas também do ex-senador Santorum, que perdeu contra ele o "caucus" de Iowa por uma margem muito pequena.

O multimilionário Romney defendeu sua "trajetória bem-sucedida" no setor privado, argumentando que sua visão como empresário faz dele o melhor candidato para vencer Obama e reativar a economia americana.

Assim como em debates anteriores, Romney reservou sua crítica mais dura para Obama, acusando o presidente de tentar converter os Estados Unidos em um "Estado de bem estar social europeu".

Já Gingrich caracterizou Obama como "o presidente dos cupons de alimentos". Também despertou um raro aplauso de pé do público quando defendeu sua ideia de empregar crianças pobres como zeladoras de escolas públicas.

"Aprenderiam a se apresentar para trabalhar. Poderiam fazer serviços leves de limpeza... Estariam recebendo dinheiro, que é uma coisa boa se você é pobre. Apenas as elites depreciam o 'ganhar dinheiro'", disse.


Cinco competidores lutam pela indicação republicana, depois que Jon Huntsman, ex-embaixador dos Estados Unidos na China, abandonou a corrida na segunda-feira depois de aparecer no último lugar nas pesquisas.

Huntsman, o mais moderado dos candidatos, irá apoiar Romney, que já venceu o "caucus" de Iowa e as primárias de New Hampshire.

Com sua saída, os conservadores Santorum, Gingrich e o governador do Texas, Rick Perry, esperam que a base evangélica da Carolina do Sul se incline a seu favor.

O tema da política externa também gerou controvérsia depois que Paul, representante do Texas e firme opositor da ajuda externa e da intervenção militar, sugeriu que Washington deveria ter trabalhado mais com o Paquistão para localizar e prender o chefe da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, em vez de matá-lo em uma incursão militar em maio de 2011.

"Bombardeamos sem razão estes países e depois nos perguntamos porque ficam com raiva de nós", disse Paul, despertando vaias na plateia.

Romney contra-atacou: "O certo para Osama Bin Laden foi a bala na cabeça que recebeu. Isso é o correto para as pessoas que matam cidadãos americanos".

Já Perry, em um tropeço com relação a um aliado chave dos Estados Unidos e membro da Otan, descreveu a Turquia como um "estado governado pelo que muitos percebem como terroristas islâmicos".

Uma nova pesquisa da CNN/ORC publicada na segunda-feira mostrou um empate entre Romney e Obama, com uma leve vantagem para o republicano (48-47%) entre os eleitores registrados.

Obama aparece em primeiro entre todos os pesquisados com 49%, contra os 47% dos demais, e estava à frente de Gingrich, Santorum e Paul, segundo a pesquisa.

A aprovação de Obama caiu a 47%, dos 49% do mês anterior. A pesquisa foi realizada nos dias 11 e 12 de janeiro entre 1.021 pessoas, e tem uma margem de erro de 3%.

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