Obamacare: a previsão é manter muitos dos impostos do Obamacare, a fim de gerar recursos para o plano de substituição e dar aos estados a opção de manter ou não o sistema atual (Mark Wilson/ Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 22h37.
Washington - Dois senadores republicanos apresentaram nesta segunda-feira a primeira proposta legislativa do partido para substituir a reforma da saúde impulsionada pelo ex-presidente Barack Obama em 2010, em meio à determinação da bancada republicana e do presidente Donald Trump para derrubar o atual sistema.
O plano, apresentado pelos senadores Bill Cassidy e Susan Collins, contém mudanças menos drásticas que algumas propostas republicanas e pode ter o consentimento de alguns democratas caso avance no Congresso.
Segundo a proposta, a previsão é manter muitos dos impostos do Obamacare, como é popularmente conhecida a reforma da saúde democrata, a fim de gerar recursos para o plano de substituição e dar aos estados a opção de manter ou não o sistema atual.
Sob o plano, conhecido como a Lei de Liberdade do Paciente, as leis estaduais teriam a opção de manter a reforma da saúde de Obama operando em seus estados, com seus subsídios e proteções para as pessoas com condições preexistentes.
Outros estados, dizem os senadores, podem optar por um plano alternativo que proporcionaria um crédito fiscal uniforme vinculado a uma conta de economias de saúde para ajudar as pessoas a pagarem um plano básico e menos completo.
Os legisladores esperam que os estados democratas favoráveis à manutenção do Obamacare somem votos democratas à lei para alcançar os 60 necessários e permitir o avanço ao Senado.
"Em algum momento deste processo, vamos necessitar um projeto de lei que possa obter 60 votos", disse Cassidy, em referência aos processos legislativos do Senado que requerem essa maioria.
"California, Nova York: gostam do Obamacare, podem mantê-lo", acrescentou, em referência a estados historicamente democratas que apoiam o Obamacare.
No entanto, o plano está longe de ser uma proposta republicana de consenso, e foi rejeitado rapidamente pelo líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer.
"Embora eu tenha muito respeito pelos senadores Collins e Cassidy, a proposta de hoje ilustra o dilema no qual se encontram tanto eles como o resto dos republicanos", disse Schumer em comunicado.
"Em última instância, esta proposta é vazia e criaria o caos - não o cuidado - para milhões de americanos.
Os republicanos deveriam abandonar os planos de revogação e trabalhar com os democratas para melhorar, não estripar, a Lei do Cuidado de Saúde a Baixo Preço e o sistema de saúde para todos os americanos", acrescentou.
O plano também pode enfrentar a rejeição dos conservadores, que foram inflexíveis sobre a derrubada de todo o Obamacare, incluindo seus impostos.
Os republicanos, motivados pela chegada de Donald Trump à Casa Branca, começaram os processos legislativos para derrubar a lei de saúde de Obama há algumas semanas.
Este é o primeiro documento que oferece uma alternativa ao sistema de saúde existente.