Republicanos: senadores alertaram Trump a não demitir o procurador especial Robert Mueller (Yuri Gripas/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de março de 2018 às 09h32.
Washington - Senadores republicanos dos Estados Unidos alertaram o presidente Donald Trump no domingo a não demitir o procurador especial Robert Mueller, e disseram que o presidente precisa deixar que os investigadores federais que analisam uma possível interferência russa na eleição norte-americana façam seu trabalho.
O presidente republicano renovou seus ataques tanto ao FBI quanto ao inquérito de Mueller no Twitter desde a demissão do ex-diretor da polícia federal, Andrew McCabe, na sexta-feira, dois dias antes de ele estar em condição de se aposentar com direito a uma pensão integral.
O senador republicano Jeff Flake, que já criticou Trump duramente, disse que os comentários mais recentes do presidente pareceram visar a demissão de Mueller. O senador Lindsey Graham, também do partido governista, disse que, se Trump demitir Mueller, o gesto marcará "o início do fim de sua Presidência".
AshLee Strong, porta-voz do presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, disse: "Como o presidente (da Câmara) sempre diz, o senhor Mueller e sua equipe devem ter condições de fazer seu trabalho".
Na tentativa de conter a celeuma, Ty Cobb, advogado da Casa Branca, emitiu um comunicado na noite de domingo dizendo que Trump não está cogitando o afastamento do procurador especial.
"Em resposta à especulação midiática e a questões relacionadas sendo encaminhadas ao governo, a Casa Branca confirma mais uma vez que o presidente não está cogitando ou debatendo demitir o procurador especial Robert Mueller", disse.
As reações republicanas sublinham os riscos para Trump se ele for longe demais para frustrar a investigação federal.
"Não sei quais são as intenções quanto a Mueller, mas parecem estar rumando para isso (demiti-lo), e espero que não cheguem a isso, porque não podem. Nós do Congresso não podemos aceitar isso", afirmou Flake no programa "State of the Union" da rede CNN.
"Então eu contaria com uma reação contrária considerável nos próximos dias exortando o presidente a não chegar a isso".
Em uma série de tuítes publicados no final de semana, Trump acusou a liderança do FBI de mentiras, corrupção e vazamento de informações, e classificou o inquérito sobre a Rússia como uma caça às bruxas com motivação política.
"O inquérito Mueller jamais deveria ter sido iniciado, já que não houve conluio e não houve crime", disse Trump no sábado.