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Republicano que falou sobre estupro pode desistir de vaga

O candidato republicano à presidência dos EUA, Mitt Romney, junto com seu vice, pediram a desistência de Todd Akin de uma candidatura ao Senado

O republicano Todd Akin: o candidato ao Senado americano se desculpou por suas declarações (©AFP / Ho)

O republicano Todd Akin: o candidato ao Senado americano se desculpou por suas declarações (©AFP / Ho)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2012 às 12h44.

Washington - O candidato republicano ao Senado americano, Todd Akin, afirmou nesta quarta-feira que o candidato à vice-presidência republicano Paul Ryan pediu a ele que abandonasse sua campanha, depois de ter feito declarações desastrosas sobre as vítimas de estupro, e que ele está considerando seriamente o pedido.

Akin provocou uma onda de indignação nos Estados Unidos ao afirmar que uma mulher vítima de "um verdadeiro estupro raramente fica grávida". Na terça-feira, apresentou suas desculpas por estas declarações, mas se negou a aceitar as pressões de seu próprio partido para que renunciasse as suas ambições de concorrer ao Senado em novembro.

Em uma entrevista ao programa "Today Show" do canal NBC nesta quarta-feira, o congressista confirmou que Ryan, colega republicano no Congresso, havia pedido a ele que retirasse sua candidatura.

"Ele me aconselhou que seria bom para mim desistir. Eu disse a ele que iria considerar o pedido seriamente, tentando avaliar todos os aspectos", declarou Akin.

O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, também pediu a Akin que retire a sua candidatura a uma vaga de senador do Missouri (centro).

"As declarações de Todd Akin foram ofensivas e errôneas e ele deveria considerar seriamente que caminho seguir pelo interesse de nosso país", afirmou Romney em um comunicado. "Hoje, os habitantes do Missouri o aconselham a se retirar, e acho que ele deveria seguir seus conselhos".

Na véspera, o representante ultraconservador pelo Missouri divulgou um vídeo de 30 segundos no qual se dirige às pessoas olhando diretamente para a câmera.

"O estupro é um ato cruel", afirma. "Usei as palavras de forma incorreta e, por isso, peço desculpas. Como pai de duas filhas, quero que a justiça seja dura com os estupradores. Tenho um coração compassivo em relação às vítimas de agressão sexual, e rezo por elas".


"O estupro pode levar uma mulher a ficar grávida. A verdade é que o estupro produz inúmeras vítimas (...). O erro que cometi estava nas palavras, não no coração, e peço perdão", acrescentou.

O deputado republicano, membro da comissão de Ciência da Câmara de Representantes, provocou uma onda de críticas em função das declarações que fez no domingo ao canal KTVI.

Ao explicar sua oposição ferrenha ao aborto - também em casos de estupro -, Akin afirmou que "os casos de gravidez depois de um estupro são muito raros".

"Se for um verdadeiro estupro, o corpo da mulher tenta por todos os meios bloquear isso", acrescentou.

Um alto dirigente do Partido Republicano, Reince Priebus, chegou a afirmar que os comentários de Akin eram "biologicamente imbecis" e, se fosse ele, Priebus, que os tivesse feito, se retiraria da corrida eleitoral.

Aproveitando a gafe de Akin, o presidente Barack Obama opinou que as declarações do deputado eram chocantes e ofensivas. "Um estupro é um estupro", enfatizou.

A declaração desastrada colocou sobre a mesa eleitoral a questão do aborto, tema de permanente conflito nos Estados Unidos e exacerbado pela campanha presidencial.

A imprensa americana publicou um estudo de 1996 do Jornal de Ginecologia e Obstetrícia, que informava que 32.101 gestações (5% do total) eram resultado de um estupro. Segundo um relatório de 2011 da Associação de Obstetras, a cada ano são realizados "entre 10.000 e 15.000 abortos por gestações produzidas por um estupro ou incesto".

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