O republicano Mitt Romney, candidato à presidência: esta é a segunda vez que a campanha de Romney sofre com declarações controversas sobre o aborto (©AFP / Emmanuel Dunand)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 14h28.
Reno - O candidato republicano ao Senado pelo estado americano de Indiana, Richard Mourdock, afirmou que uma gravidez resultante de estupro acontece por "vontade de Deus", em mais uma declaração polêmica, que afeta a campanha de Mitt Romney para a Casa Branca.
A declaração de Mourdock, que se opõe ao aborto em caso de estupro, foi feita em um debate com seus dois adversários democratas, Joe Donnelly e Andrew Horning.
"A vida é um presente de Deus. Acho que mesmo quando a vida se inicia em uma situação tão horrível como o estupro, é algo que Deus quis que acontecesse", afirmou o candidato, dando mais uma oportunidade ao presidente Barack Obama para apresentar novamente os republicanos como extremistas em termos de direitos das mulheres.
"O presidente acredita que estas declarações são chocantes e insultantes para as mulheres. Isso nos lembra que um Congresso republicano que trabalhe consensualmente com um presidente republicano (...) vai considerar que as mulheres não podem tomar suas próprias decisões sobre sua saúde", afirmou a porta-voz da equipe de Obama, Jennifer Psaki.
O candidato à Presidência republicano Mitt Romney imediatamente tomou distância das declarações do membro de seu partido.
A porta-voz de Romney, Andrea Saul, destacou que o candidato republicano "discorda das declarações de Richard Mourdock".
Esta é a segunda vez que a campanha de Romney sofre com declarações controversas sobre o aborto.
Em agosto passado, o deputado republicano Todd Akin provocou uma onda de críticas depois de ter afirmado que raramente uma mulher engravida depois de sofrer um estupro.
Ao explicar sua oposição total ao aborto - também em casos de estupro -, Akin, membro da Comissão de Ciências do Congresso e candidato a senador pelo estado central de Missouri, afirmou que "os casos de gravidez depois de um estupro são muito raros".
"Se for um verdadeiro estupro, o corpo da mulher tenta por todos os meios bloquear isso", acrescentou.
"Nos casos em que isso acontecer (...) o castigo deve recair no estuprador e não na criança", acrescentou Akin, que já foi eleito seis vezes e é apoiado pelos ultraconservadores do "Tea Party".