O ministro da Economia italiano, Giulio Tremonti, reuniu-se com autoridades chinesas, depois do Financial Times publicar que Roma pediu à China que comprasse sua dívida (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 09h01.
Roma - Os rendimentos dos bônus de cinco anos da Itália atingiram nesta terça-feira o maior patamar desde a introdução do euro, uma década atrás, enfatizando os temores dos mercados sobre a terceira maior economia da zona do euro.
A Itália vinha dependendo do apoio do Banco Central Europeu (BCE) para conter a alta dos custos de seu financiamento por mais um mês, mas o salto dos rendimentos dos bônus na última semana sugere que o mercado financeiro está contra o país.
O Tesouro vendeu 6,485 bilhões de euros (8,846 bilhões de dólares) em bônus do governo, pouco abaixo do teto da meta de 7 bilhões de euros, mas teve que pagar um rendimento recorde de 5,6 por cento em quase 4 bilhões de euros em títulos de cinco anos.
Um porta-voz do Tesouro confirmou mais cedo que o ministro da Economia italiano, Giulio Tremonti, reuniu-se com autoridades chinesas na semana passada, depois do Financial Times publicar que Roma pediu à China que comprasse "quantias significativas" de sua dívida. O porta-voz não quis detalhar o conteúdo da reunião.
"Não seria a primeira vez que o mercado teria esperanças de que a China sairia em socorro", disse o estrategista do Charles Stanley, Jeremy Batstone-Carr. "Mas os chineses não têm um bom histórico. Eles participaram dos bônus de Portugal neste ano e perderam dinheiro."