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Renda do Estado Islâmico caiu 30% no último ano

Segundo os dados da IHS, a produção de petróleo desde as jazidas operadas pelo EI caiu cerca de 21 mil barris por dia


	Estado Islâmico: segundo os dados da IHS, a produção de petróleo desde as jazidas operadas pelo EI caiu cerca de 21 mil barris por dia
 (Sana / Reuters)

Estado Islâmico: segundo os dados da IHS, a produção de petróleo desde as jazidas operadas pelo EI caiu cerca de 21 mil barris por dia (Sana / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 09h15.

Londres - Os ingressos mensais do grupo islamita Estado Islâmico (EI), que controla territórios na Síria e Iraque, reduziram quase 30% no último ano, em parte pela queda de sua produção de petróleo, disse nesta segunda-feira a empresa de consultoria americana IHS.

Em comunicado emitido em Londres, esta empresa de análise, cuja seção IHS Conflict Monitor faz um acompanhamento nas redes sociais e outros suportes das atividades do EI, assegura que o grupo ingressa agora cerca de US$ 56 milhões ao mês.

"Em meados de 2015, o Estado Islâmico tinha renda mensal média de US$ 80 milhões", afirma o analista Ludovico Carlino, que afirma que em março deste ano tinham caído até esses US$ 56 milhões.

Segundo os dados da IHS, a produção de petróleo desde as jazidas operadas pelo EI caiu cerca de 21 mil barris por dia, se comparadas com cerca de 33 mil no passado verão, o que significa que os ingressos por essa fonte "caíram 26%", sustenta Carlino.

Esta queda da produção poderia ser consequências dos ataques da coalizão internacional, "e em menor medida, da Rússia", contra estas jazidas, aponta o analista.

Carlino observa no entanto que, apesar dos frequentes bombardeios que destruíram parte de sua infraestrutura, estas jazidas seguem operando, o que reflete a capacidade do EI "para reparar e continuar funcionando" com estruturas danificadas.

Além disso, algo significativo é que o declive da produção não se traduziu em um aumento dos preços do petróleo que é vendido nos mercados negros da Síria e Iraque.

"Opinamos que isto reflete o interesse prioritário que têm em vender rápido para gerar dinheiro", manifesta o analista.

Segundo a IHS, 50% dos ingressos da organização extremista procederiam de impostos e confiscos, ao redor de 43% do petróleo e o resto do tráfico de drogas, venda de eletricidade e donativos.

"O Estado Islâmico é ainda uma potência na região, mas esta queda de ingressos é significativa e um desafio ao grupo para cuidar de seu território a longo prazo", disse Carlino.

A diminuição dos ingressos se deve também porque há menos habitantes no território ocupado, o que gerou uma queda de 23% desde o verão de 2015 da arrecadação de impostos e dos confiscos de propriedades e negócios.

"O EI perdeu cerca de 22% de seu território nos últimos 15 meses", e "sua população passou de nove a seis milhões", aponta outro analista da IHS, Columb Strack.

Os pesquisadores da empresa de consultoria constataram que o grupo armado aumentou certos impostos e introduziu outros, como um taxa para sair das cidades e de instalação de antenas de satélite, o que demonstraria sua necessidade de encontrar novas fontes de ingressos.

Além disso, também estão impondo multas, por exemplo por dirigir pelo lado errado da estrada ou não responder bem a perguntas sobre o Corão, e começaram a aceitar o pagamento de sanções em substituição ao castigo corporal "hudud", incluído na lei islâmica.

A IHS ressalta que, dada a importância que o EI concedia a este castigo em seu sistema de governo, esta última medida "é um forte indicador das dificuldades econômicas que o grupo enfrenta".

Contudo, a empresa de consultoria adverte que, apesar do aumento dos impostos, "não há indicações por enquanto de que tenha gerado descontentamento entre a população residente no califado do Estado Islâmico".

Fundada em 1959, IHS, que cota na Bolsa de Nova York, emprega 9 mil pessoas em 33 países, e diz contar entre seus assinantes com empresas e governos de 140 países. 

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