Barack Obama: Curtis, de 45 anos, foi detido na quarta-feira pelo FBI e pela Polícia local em sua casa de Corinth, muito perto de Tupelo (Mississipi), cidade natal de seu ídolo. (Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, em pronunciamento sobre atentados em Boston)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2013 às 16h54.
Washington - As autoridades federais dos Estados Unidos acusaram nesta quinta-feira Paul Kevin Curtis, detido ontem por enviar cartas com uma substância letal ao presidente Barack Obama e a um senador, de ameaçar "com matar ou provocar dano físico ao presidente".
O Departamento de Justiça informou em comunicado sobre as acusações impostas a Curtis, que podem lhe render uma pena de até 15 anos de prisão, US$ 500 mil em multas e três anos de liberdade supervisionada.
Espera-se que Curtis compareça hoje perante um juiz federal do Tribunal do Distrito em Oxford, no estado do Mississipi, para a leitura das acusações.
O suspeito é um imitador de Elvis Presley que enviou as cartas a Obama e a um senador republicano pelo Mississipi, Roger Wicker, em 8 de abril de Memphis (Tennessee), cidade onde o "rei do rock" morreu.
Curtis, de 45 anos, foi detido na quarta-feira pelo FBI e pela Polícia local em sua casa de Corinth, muito perto de Tupelo (Mississipi), cidade natal de seu ídolo.
A primeira acusação contra Curtis é de "depositar conscientemente no correio e para sua entrega desde qualquer escritório postal qualquer carta, papel, escrito ou documento que contenha ameaças de tirar a vida ou prejudicar fisicamente o presidente dos Estados Unidos".
A segunda é de "depositar conscientemente e provocar a entrega por parte do Serviço Postal de acordo com os endereços especificados, comunicações dirigidas a outras pessoas e que contenham uma ameaça para ferir a pessoa ou outros".
Segundo o documento de acusação, obtido pela Efe e assinado pelo FBI e pelo Serviço Secreto, as cartas dirigidas a Obama, ao senador Wicker e uma terceira enviada a um juiz no Mississipi continham o mesmo texto.
"Ninguém queria me escutar antes. Continua havendo "peças desaparecidas". Pode ser que agora tenha sua atenção, inclusive se isso significar que alguém deve morrer", diz o texto. "Isto deve parar. Ver algo incorreto e não expô-lo é se transformar em um aliado silencioso de sua continuação", prossegue.
Curtis foi descrito por conhecidos e meios de imprensa locais como apreciador das teorias de conspiração, e uma experiência no necrotério do hospital local em Tupelo o levou a assegurar que tinha descoberto uma conspiração para vender partes de corpos humanos em um mercado negro.
"Estou na primeira linha oculta de uma guerra secreta", escreveu Curtis na madrugada da quarta-feira em sua página do Facebook, de acordo com o jornal local "Northeast Mississipi Daily Journal".
"Uma guerra que está gerando bilhões de dólares para organizações e gente corrupta e relacionada com a máfia (o mercado negro que coleta ossos, tecidos, órgãos e partes do corpo humano)", acrescentou o suspeito, que segundo agentes locais enviou mais cartas a autoridades nos últimos anos.
Após realizar várias análises, as autoridades americanas determinaram hoje que a carta enviada a Wicker continha efetivamente ricinina, enquanto ainda não são conhecidos os resultados definitivos da carta dirigida a Obama, que deu positivo em um primeiro teste por essa mesma substância potencialmente mortal.