Donald Trump: "A administração precisa ser responsabilizada e nenhum presidente pode estar acima da lei", disse Nadler (Henry Nicholls/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de julho de 2019 às 17h40.
WASHINGTON - O principal democrata no Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos disse neste domingo que acredita existir "evidências substanciais" de que o presidente Donald Trump cometeu altos crimes e contravenções, e planeja pedir para que o ex-promotor especial Robert Mueller apresente esses fatos em uma audiência no Congresso, na quarta-feira.
"O relatório apresenta evidências muito substanciais de que o presidente é culpado de altos crimes e contravenções e precisamos permitir que Mueller apresente esses fatos para o povo americano e então veremos o que fazer depois", afirmou Jerrold Nadler, presidente do Comitê Judiciário da Casa, ao programa "Fox News Sunday".
"A administração precisa ser responsabilizada e nenhum presidente pode estar acima da lei", disse.
Os comentários de Nadler são importantes porque evidências desses crimes seriam exigidas se os democratas abrissem procedimentos de impeachment contra o presidente.
Mueller completou sua investigação de quase dois anos sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016 em março, e o Departamento de Justiça publicou uma cópia editada do seu relatório em abril.
Em duas audiências seguidas transmitidas em rede nacional na quarta-feira, diante dos Comitês Judiciário e de Inteligência, democratas devem tentar fazer com que Mueller foque seu depoimento em exemplos específicos de má conduta de Trump.
Ao fazer Mueller expor os detalhes de como Trump tentou impedir a investigação da sua campanha, os democratas esperam que possam reunir apoio para suas investigações em andamento sobre o presidente e, potencialmente, abrir procedimentos de impeachment.
Alguns democratas no Congresso apóiam o impeachment de Trump, mas eles não conseguiram ganhar força na liderança democrata da Câmara, incluindo a presidente da Casa, Nancy Pelosi, que preferiu uma abordagem mais cautelosa que envolve a realização de investigações sobre a conduta de Trump no Congresso.