Sudão do Sul: o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, determinou a demissão do comandante das forças de organização no Sudão do Sul (Goran Tomasevic/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de novembro de 2016 às 22h04.
Nações Unidas - A falta de liderança, de preparação e de coordenação dos "boinas azuis" enviados ao Sudão do Sul levou a uma resposta "ineficaz" violência registrada em julho em Juba, capital do país, segundo um relatório divulgado pela ONU.
A pesquisa, realizada por uma equipe independente, é muito crítica em relação à gestão da crise feita pela ONU. A atuação das Nações Unidas também foi questionada por várias ONGs.
Segundo o relatório, as forças de paz da ONU fracassaram na hora de proteger os civis, descumprindo assim o mandato da missão.
Após a publicação, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, determinou a demissão do comandante das forças de organização no Sudão do Sul.
No início de julho, Juba foi palco de intensos combates entre facções leais ao presidente do país, Salva Kiir, e seu então vice-presidente e oponente político, Riek Machar.
Em questão dias, os confrontos deixaram dezenas de mortos e obrigaram milhares de pessoas a deixar suas casas.
Durante e depois da violência, foram registrados, além disso, vários casos de abusos sexuais, indicou a ONU. Os "boinas azuis" foram acusados de permitir que os soldados sul-sudaneses cometessem alguns desses crimes.
De acordo com o relatório, não foi possível confirmar as acusações, mas há informações que apontam para uma "fraca atuação" dos "boinas azuis" para proteger a população dos abusos.
O texto cita como exemplo um episódio ocorrido em 2 de setembro, quando uma mulher foi atacada a metros da entrada de um acampamento protegido pela ONU e os "boinas azusi" não fizeram nada.
A investigação, liderada pelo general holandês Patrick Cammaert, concluiu que "a falta de liderança por parte do comando da missão culminou em uma resposta caótica e ineficaz contra a violência".
Entre outras coisas, o relatório indica que a missão não operou de forma unificada e que os soldados dos quatro países presentes na região - China, Etiópia, Nepal e Índia - receberam ordens diferentes e contraditórias em algumas ocasiões.