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Relatório condena condições de fábricas de iPhone na China

Fábricas de iPhone na China: turnos de mais de 10 horas, mais duas extras para poder receber o salário mínimo


	Fábrica de iPhone: turnos de dez horas e meia por dia, a que se somam mais de duas horas extra obrigatórias, sem as quais os trabalhadores não recebem o salário mínimo
 (Reprodução / Woaizuguo)

Fábrica de iPhone: turnos de dez horas e meia por dia, a que se somam mais de duas horas extra obrigatórias, sem as quais os trabalhadores não recebem o salário mínimo (Reprodução / Woaizuguo)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2015 às 09h20.

Uma pesquisa sobre as condições das fábricas de iPhones na China mostra que os funcionários trabalham até 90 horas extraordinárias por mês por menos de US$ 2 a hora, vivem em dormitórios superlotados e quase não têm tempo para comer.

Segundo a organização de defesa dos direitos laborais China Labour Watch (CLW), os abusos ocorrem nas fábricas chinesas onde se produzem os telefones da norte-americana Apple.

O foco da pesquisa é uma fábrica em Xangai, da empresa taiwanesa Pegatron, que já tinha sido investigada em 2013. A empresa emprega 100 mil pessoas e as condições de trabalho quase não registraram melhorias.

O relatório Algo Está Mal Aqui volta a mostrar os abusos: turnos de dez horas e meia por dia, a que se somam mais de duas horas extra obrigatórias, sem as quais os trabalhadores não recebem um salário mínimo para viver (de cerca de US$ 318 por mês).

A organização revela as condições de trabalho com o testemunho de um pesquisador da CLW, que se infiltrou como empregado na Pegatron.

Entre outras coisas, o pesquisador mostra como a empresa não cumpre medidas de segurança básicas, como informar aos funcionários sobre as saídas de emergência – portas que ele próprio não conseguiu encontrar.

O testemunho inclui a sobrecarga de trabalho, com turnos em que não há praticamente tempo para comer.

A falta de informação abrange também os produtos químicos que os funcionários manuseiam. Apesar de a empresa lhes dar uma lista dos produtos perigosos com que trabalham, não indica onde eles se encontram ou como devem ser tratados.

A CLW conclui que “nada mudou” desde 2013, com exceção de uma situação: a discriminação no que se refere à contratação de membros de etnias minoritárias, apesar de a organização ressalvar que a empresa contrata agora ilegalmente metade dos trabalhadores de forma temporária, quando apenas pode fazê-lo com 10% da equipe.

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