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Relatório da Oxfam diz que 80% das mulheres na América Latina sofreram violência de gênero

O estudo foi realizado em 13 países latino-americanos e destaca que as desigualdades têm o rosto de mulheres e meninas

O sinal “X” feito com batom vermelho (ou qualquer outro material) na palma da mão ou em um pedaço de papel, o que for mais fácil, permite que a pessoa treinada reconheça que aquela mulher foi vítima de violência doméstica e, assim, acione a Polícia Militar. (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O sinal “X” feito com batom vermelho (ou qualquer outro material) na palma da mão ou em um pedaço de papel, o que for mais fácil, permite que a pessoa treinada reconheça que aquela mulher foi vítima de violência doméstica e, assim, acione a Polícia Militar. (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 15h39.

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Cerca de 80% das mulheres e 70% das meninas na América Latina já enfrentaram algum episódio de violência de gênero, segundo o relatório “Quebrando os moldes da violência e da desigualdade na América Latina”, divulgado pela organização internacional Oxfam nesta segunda-feira, 25.

O estudo foi realizado em 13 países latino-americanos e destaca que as desigualdades têm o rosto de mulheres e meninas. “Em 2024, sete em cada dez meninas e oito em cada dez mulheres terão sofrido algum episódio de violência de gênero nas suas vidas”, afirmou Gloria García-Parra, diretora regional da Oxfam para a América Latina e Caribe.

A diretora ressaltou que é urgente questionar por que tantas mulheres e meninas vivem em sociedades que as fazem sentir-se vulneráveis. Para a Oxfam, é necessário aumentar o financiamento para a justiça de gênero e racial, além de incorporar a justiça interseccional nas políticas públicas da região.

Impactos da violência

A violência, segundo o relatório, vai além da esfera doméstica e se manifesta de forma exposta em redes sociais e nos espaços públicos. A Oxfam também chama atenção para as principais vítimas de feminicídio: mulheres jovens, mestiças, de baixa renda e pertencentes a grupos historicamente marginalizados.

Além disso, a pesquisa destaca que 26% dos jovens entrevistados relataram sofrer discriminação por causa da cor da pele, reforçando a necessidade de abordar a questão racial de forma integrada ao debate de gênero.

Apesar do cenário preocupante, o relatório traz sinais de mudanças. O estudo revela que 80% dos jovens na América Latina aceitam a ideia de uma família diversificada, enquanto 77% não associam as mulheres às funções domésticas. Esses dados indicam um avanço na percepção de igualdade entre gêneros nas gerações mais jovens.

Metodologia do estudo

O relatório foi elaborado com mais de 2 mil consultas presenciais e digitais, complementadas por 30 entrevistas aprofundadas e 15 grupos focais. O objetivo foi mapear a extensão das desigualdades e propor caminhos para combater a violência e a discriminação na América Latina.

[Grifar] A Oxfam reforça que enfrentar a violência de gênero exige compromisso político e social, com ações concretas voltadas à proteção e empoderamento das mulheres.

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