Mundo

Relação de Obama com líder do Senado começa imprevisível

Presidente e líder da maioria no Senado terão de encontrar maneiras de trabalhar juntos se quiserem superar o impasse legislativo


	Barack Obama, presidente dos EUA: presidente e líder da maioria no Senado terão de encontrar maneiras de trabalhar juntos se quiserem superar o impasse legislativo
 (Larry Downing/Reuters)

Barack Obama, presidente dos EUA: presidente e líder da maioria no Senado terão de encontrar maneiras de trabalhar juntos se quiserem superar o impasse legislativo (Larry Downing/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 08h57.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, estão cautelosamente procurando áreas de concordância ao iniciarem um novo capítulo de um relacionamento que provavelmente se manterá gelado, mas profissional.

Com os dois homens tentando posicionar seus partidos para as eleições de 2016, que definirão o sucessor de Obama, o presidente e o líder da maioria no Senado terão de encontrar maneiras de trabalhar juntos se quiserem superar o impasse legislativo e chegar a acordos sobre comércio, impostos e questões econômicas.

Não vai ser fácil. Obama, de 53 anos, e McConnell, 72, não mantêm uma relação de proximidade e têm pouco em comum. McConnell deu um tom frio para a relação ao declarar em 2010 que sua prioridade era garantir que Obama fosse um presidente de um só mandato, um sonho quebrado quando o democrata foi reeleito.

Isso cria um ar de imprevisibilidade sobre esta terça-feira, quando McConnell assume como líder da bancada majoritária no Senado e os republicanos terão sua maioria ampliada na Câmara dos Deputados, o que lhes garante um poderoso contrapeso para Obama em seus últimos dois anos de mandato.

"Ambos têm de andar na corda bamba", disse Andy Smith, diretor do Centro de Pesquisas da Universidade de New Hampshire.

Obama, que irá estabelecer uma agenda ampla em seu discurso do Estado da União no final deste mês, vai buscar um acordo com os republicanos sobre a reforma tributária e questões comerciais, áreas que irão testar ambas as partes.

Ele vai pressionar os republicanos a concordar em reformar o código tributário de maneira a aumentar a receita, algo a que se opõem, e tentar convencer os democratas defensores de direitos trabalhistas a apoiarem leis de comércio das quais discordam.

"Nós vamos discordar em algumas coisas, mas haverá áreas de concordância, e temos de ser capazes de fazer isso acontecer", disse ele em uma entrevista coletiva no mês passado.

McConnell quer aliviar as regulamentações como uma maneira de estimular a economia dos EUA e vai tentar obter a aprovação do oleoduto Canadá-Texas, da Keystone XL. Mas ele também quer evitar que colegas republicanos assustem os eleitores com propostas de extrema-direita.

"Não quero que o povo americano pense que, se adicionarmos um presidente republicano a um Congresso republicano, isso terá um resultado assustador. Quero que o povo americano se sinta confortável com o fato de a Câmara e o Senado republicanos serem responsáveis, governantes da maioria de centro-direita”, disse McConnell ao Washington Post.

Os dois homens podem reunir-se já na próxima semana.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosSenado

Mais de Mundo

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história