John Kerry: comentários de Kerry aumentaram a tensão no relacionamento do gabinete israelense e do governo Obama (Yuri Gripas/Reuters)
Reuters
Publicado em 30 de dezembro de 2016 às 09h09.
Londres - O Reino Unido criticou duramente o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, por descrever o governo de Israel como "o mais direitista da história israelense", um gesto que alinha ainda mais a primeira-ministra britânica, Theresa May, ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em um discurso de 70 minutos realizado poucas semanas antes de a gestão do presidente dos EUA, Barack Obama, passar o bastão para Trump, Kerry alertou na quarta-feira que a construção de assentamentos israelenses está ameaçando a paz no Oriente Médio.
O porta-voz de May disse que o governo britânico acredita que, embora a construção de assentamentos em territórios palestinos ocupados seja ilegal, está claro que este está longe de ser o único problema do conflito.
"Nós não... acreditamos que a maneira de se negociar a paz seja se concentrar somente neste assunto", disse o representante da premiê em um comunicado. "E não acreditamos que é apropriado atacar a composição do governo democraticamente eleito de um aliado".
Os comentários de Kerry aumentaram a tensão no relacionamento do gabinete israelense e do governo Obama depois que os EUA se abstiveram em uma votação na semana passada e abriram caminho para uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que exigiu o fim da construção de assentamentos.
Trump fez lobby contra a resolução da ONU abertamente e criticou a maneira como Obama lidou com o relacionamento bilateral. Londres apoiou a resolução.