Mundo

Reino Unido registra novo recorde de 1.564 mortes por covid em um dia

O número relatado de mortes excede as 1.325 registradas em 8 de janeiro e ocorre em um momento em que o Reino Unido luta contra uma nova variante do vírus

Europa: Governos de toda a Europa anunciaram lockdowns mais rígidos e mais longos contra o coronavírus, nesta quarta-feira (Leon Neal/Getty Images)

Europa: Governos de toda a Europa anunciaram lockdowns mais rígidos e mais longos contra o coronavírus, nesta quarta-feira (Leon Neal/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 15h13.

O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira 1.564 novas mortes dentro 28 dias após um teste positivo de covid-19, um recorde em um único dia, com a cifra de casos também aumentando ligeiramente em relação ao dia anterior.

O número relatado de mortes excede em muito as 1.325 registradas em 8 de janeiro e ocorre em um momento em que o Reino Unido luta contra uma nova variante do vírus, altamente transmissível.

Houve mais 47.525 casos, contra 45.533 na terça-feira.

Já ocorreram quase 85.000 mortes no Reino Unido - o quinto maior número globalmente - e 3,2 milhões tiveram resultado positivo para covid-19.

Embora o número de mortes continue aumentando, os casos registrados têm caído em relação ao recorde de 68.053, também registrado em 8 de janeiro, sugerindo que as medidas do lockdown estão começando a surtir efeito.

No entanto, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que há cerca de 32.000 pacientes com Covid em hospitais, cerca de 70% a mais do que durante o pico do primeiro surto em abril passado, e que o risco de que as unidades de terapia intensiva fiquem sobrecarregadas é substancial.

"(Os profissionais de saúde) agora estão realmente lutando muito, muito duro para conter esta pandemia, depois de meses e meses a todo vapor, acho que a pressão é colossal", disse ele aos parlamentares.

Europa em lockdown

Governos de toda a Europa anunciaram lockdowns mais rígidos e mais longos contra o coronavírus, nesta quarta-feira, por temores sobre uma variante de rápida disseminação detectada pela primeira vez no Reino Unido, enquanto as vacinações ainda não devem ajudar muito nos próximos dois a três meses.

A Itália vai prorrogar seu estado de emergência contra Covid-19 até o final de abril, disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, conforme as infecções não mostram sinais de diminuição.

A Alemanha provavelmente terá que estender as restrições até fevereiro, afirmou o ministro da Saúde, Jens Spahn, enfatizando a necessidade de reduzir ainda mais os contatos para evitar a variante mais infecciosa identificada no Reino Unido.

O gabinete alemão aprovou controles de entrada mais rígidos, exigindo que as pessoas que chegam de países com muitos casos ou onde a variante mais virulenta esteja circulando façam um teste de coronavírus.

A chanceler Angela Merkel disse em uma reunião de parlamentares na terça-feira que as próximas oito a 10 semanas serão muito difíceis se a variante mais infecciosa se espalhar para a Alemanha, de acordo com um participante da reunião.

Spahn declarou à rádio Deutschlandfunk que levaria mais dois ou três meses até que a campanha de vacinação realmente comece a ajudar.

O governo holandês informou na noite de terça-feira que ampliará as medidas de lockdown, incluindo o fechamento de escolas e lojas, por pelo menos três semanas até 9 de fevereiro.

"Esta decisão não é uma surpresa, mas é uma decepção incrível", disse o primeiro-ministro Mark Rutte em entrevista coletiva, acrescentando que a ameaça representada pela nova variante é "muito, muito preocupante", e que o governo está considerando impor um toque de recolher.

Na França, o presidente Emmanuel Macron se reuniu com ministros para discutir possíveis novas medidas. Um toque de recolher em todo o país pode ser antecipado das 20h para as 18h, como já aconteceu em algumas partes do país, noticiou a mídia francesa.

Não há necessidade de fechar escolas, mas novas restrições são necessárias à luz da variante britânica, disse o principal assessor científico do governo, acrescentando que se as vacinas forem mais amplamente aceitas, a crise poderia terminar em setembro.

Na Suíça, as autoridades em Berna cancelaram a etapa de Lauberhorn da Copa do Mundo de downhill, com medo de que a nova variante --trazida pelo que as autoridades de saúde disseram ser um único turista britânico-- estivesse se espalhando rapidamente entre os habitantes locais.

Pelo menos 60 pessoas tiveram resultados positivos no resort alpino de Wengen nas últimas quatro semanas.

O governo suíço deve anunciar na quarta-feira que estenderá suas regras de lockdown por cinco semanas até o final de fevereiro, incluindo o fechamento de todos os restaurantes, locais culturais e recreativos.

Houve notícias mais otimistas da Polônia, onde o número de casos da Covid-19 se estabilizou após aumento no outono.

"Espero que em duas a três semanas as restrições sejam um pouco menores, a vacina funcione", disse o ministro das Finanças da Polônia, Tadeusz Koscinski, em entrevista ao Money.pl.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEuropaPandemiaReino Unido

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru